Na 30.ª e última jornada, a equipa de Faro triunfou na receção à União de Leiria (2-1) e assegurou a segunda subida de divisão consecutiva, depois de ter estado na III divisão nacional na época passada.
Num Estádio de São Luís com casa cheia, a equipa da casa abriu o marcador bem cedo, por Bruno Bernardo, aos três minutos, mas ainda se assustou, quando Emiliano Té igualou o marcador, aos 74.
O Farense reagiu e acabou por chegar à vitória, graças a uma grande penalidade marcada por Ibukun (80 minutos), um golo festejado com uma pequena invasão de campo antes dos últimos minutos de sofrimento.
A equipa da capital algarvia fechou a época com 65 pontos, mais um do que o Mafra, depois de ter recuperado, ao longo do campeonato, de uma desvantagem pontual para os rivais que chegou a atingir os sete pontos.
Depois do apito final e da invasão de campo por milhares de adeptos, o primeiro ato de festa do presidente do Farense, António Barão, passou por dar um abraço a Aníbal Guerreiro, empresário local e sócio benemérito do clube.
"Foi um abraço sentido, porque foi ele que me trouxe para o Farense e apostou em mim. Tentei fazer o melhor possível para que se sentisse orgulhoso da cidade, do Farense e de mim próprio", disse o dirigente, emocionado pelo sucesso da sua equipa.
Destacando os mais de 14 mil adeptos presentes nas bancadas, uma assistência "que só os três "grandes", Vitória de Guimarães e Sporting de Braga" ultrapassam, Barão prometeu mais.
"Esperemos que, na próxima época, possamos dar um passo mais à frente, porque o Farense merece estar na I Liga, não na II Liga", afirmou o presidente do Farense.
O dirigente explicou que o clube, que conta atualmente com três mil sócios pagantes, está preparado para enfrentar os desafios legais que a subida aos escalões profissionais vai trazer.
"Essa questão da SAD está a ser preparada pelo departamento jurídico do clube há quase três meses. Não apostaríamos numa eventual subida sem esse trabalho. De certeza absoluta que o Farense vai inscrever-se com a maior das naturalidades na II Liga", garantiu.
O treinador do Farense, Mauro Brito, que substituiu Bruno Ribeiro durante a época, disse que a equipa "não merecia ter sofrido tanto" face às oportunidades criadas, destacando a atitude do adversário.
"A União de Leiria tinha um estímulo exterior: todos viram como eles jogaram e parecia que o título estava a ser discutido entre nós e eles. Mas isso faz parte do jogo e dignificou a nossa vitória", afirmou.
Segundo o técnico, o "segredo" para o triunfo final esteve na crença do grupo, que "sempre acreditou que era possível, apesar da distância considerável" que chegou a separar o Farense do Mafra.
"Sabíamos que, se fizéssemos uma ponta final perfeita, e foi o que aconteceu, com seis vitórias seguidas, íamos ganhar", sublinhou Mauro Brito.
O presidente e o treinador não quiseram revelar, para já, qual o futuro do técnico. "Ainda não houve abordagens. Estivemos completamente focados neste objetivo e não falámos de mais nada", concluiu o técnico.
Lusa
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