O Programa Pastoral da Igreja Católica algarvia para o presente ano de 2012/2013 preconizava que, nas vigararias (circunscrições eclesiásticas da qual fazem parte várias paróquias), se procurasse “instituir uma Escola de Leigos vicarial para agentes da pastoral”, que proporcionasse uma “formação sobre o Catecismo da Igreja Católica (CIC) e os documentos conciliares”.

Logo em Outubro do ano passado, na Assembleia Diocesana que serviu para apresentação do referido Programa Pastoral, o bispo do Algarve afirmou que a primeira opção deste visava dar resposta à “exigência da formação cristã para todos”.

D. Manuel Quintas considerou ser preciso “saber melhor sobre Cristo e a Igreja para viver melhor e testemunhar mais” e, deixando mesmo um “grande apelo” aos católicos algarvios – “disponibilizai-vos quando os vossos párocos vos convidarem para aprofundar a fé” –, anunciou que, nas quatro vigararias da Igreja do Algarve, funcionaria uma “Escola da Fé”, centrada no CIC, que iria basear-se muito nas afirmações da oração do credo e que destinar-se-ia aos agentes da pastoral: catequistas, leitores, ministros extraordinários da comunhão, cantores, entre outros.

E os católicos algarvios responderam ao repto. Cerca de 380 pessoas, de todo o Algarve, participaram nas sessões formativas que decorreram nas quatro vigararias algarvias com início em novembro, sob a responsabilidade dos vigários da vara (sacerdotes responsáveis por cada uma das vigararias).

Os encontros foram subordinados aos temas “«Eu Creio» – «Nós Cremos»”, “A Profissão da Fé Cristã”, “A Economia Sacramental”, “Os Sete Sacramentos da Igreja”, “A Vocação do Homem: A Vida no Espírito”, “Os Dez Mandamentos”, “Oração na Vida Cristã” e “A Oração do Senhor: «Pai Nosso»” e apresentados pelos diversos sacerdotes de cada vigararia e também por alguns diáconos.

Para os membros das paróquias da vigararia de Portimão, a Escola de Leigos decorreu semanalmente, à segunda-feira à noite, no Centro Paroquial de Santo André, da paróquia de Alvor, tendo terminado no passado dia 20 deste mês. As primeiras sessões tiveram a participação de cerca de 180 pessoas e grupo estabilizou com uma média de cerca de 120 participantes.

O grupo das paróquias da vigararia de Tavira reuniu-se semanalmente, à sexta-feira à noite, no salão da comunidade de Altura, na paróquia de Castro Marim, tendo a formação terminado no passado dia 17 deste mês. A Escola de Leigos foi ali participada por um total de cerca de 60 pessoas, mas a média semanal manteve-se nos cerca de 30 participantes.

A formação do grupo das paróquias da vigararia de Faro realiza-se quinzenalmente, à segunda-feira à noite, no salão da paróquia de São Luís, em Faro, e terminará em meados do próximo mês de junho. No início, as sessões começaram por ser participadas por cerca de 80 pessoas, mas destas apenas cerca de 50 têm sido regulares.

Na vigararia de Loulé, a Escola de Leigos funcionou de maneira diferente. Teve apenas quatro sessões em sábados de novembro, janeiro, março e abril, duas realizadas no salão paroquial da Guia e outras duas na Casa de Retiros de São Lourenço do Palmeiral, na paróquia de Alcantarilha, sempre participadas por cerca de 60 pessoas.

Os quatro sacerdotes responsáveis pelas vigararias algarvias são unânimes em considerar positiva a iniciativa. O padre Mário de Sousa, vigário da vara de Portimão, realça sobretudo a “constância de pessoas” participantes, enquanto o padre Agostinho Pinto, vigário da vara de Tavira, valoriza o facto de se ter tomado “consciência da doutrina da Igreja”.

O padre António da Rocha, vigário da vara de Faro, destaca ter-se conseguido cumprir o “programa proposto” e por este ter sido “acompanhado com interesse”, mas considera que o “menos positivo” foi a decréscimo na participação com o avançar da iniciativa. O sacerdote lamenta também que a representação vicarial tenha ficado “um bocadinho circunscrita”, uma vez que os participantes eram quase todos oriundos de Faro.

O padre Henrique Varela, vigário da vara de Loulé, também considera que a formação “podia ter sido mais frequentada”.

A unanimidade estende-se ainda à continuidade da iniciativa. Todos defendem que a Escola de Leigos deve prosseguir a sua missão com abordagem a outros temas, o que deverá acontecer no início do próximo ano pastoral.

Samuel Mendonça