Padre Domingos da Costa com Maria Fischhaber (E) e Lisa Schmid (D) – Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O Algarve acolheu, de 30 de agosto a 27 de setembro, duas jovens alemãs que constituíram a segunda “Pequena Fraternidade Provisória” da Comunidade Ecuménica de Taizé.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Maria Fischhaber e Lisa Schmid foram recebidas na paróquia da Mexilhoeira Grande e ficaram alojadas na Aldeia de São José de Alcalar, um projeto daquela comunidade paroquial que acolhe idosos e crianças.

As “Pequenas Fraternidades Provisórias” são um projeto da comunidade ecuménica francesa, a cerca de 390 quilómetros a sudeste de Paris, que desde 2014 propõe a jovens a vida comunitária, durante algumas semanas, no coração de uma aldeia ou de um bairro urbano para que possam dar testemunho do evangelho e partilhar as “alegrias e tristezas dos seus habitantes”.

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O dia a dia é ritmado por três orações comunitárias, trabalho pastoral e social com as comunidades cristãs locais, visitas a pessoas isoladas ou em situação de sofrimento, animação de orações abertas a todos e encontros com jovens.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Na Aldeia de São José de Alcalar, as jovens ajudaram nas refeições dos utentes do lar e organizaram orações com as crianças do jardim de infância e do ATL e também, às sextas-feiras à tarde, para as funcionárias e, quase diariamente, para os idosos daquela instituição. Maria Fischhaber e Lisa Schmid rezaram também com o grupo de casais da paróquia no dia 14 de setembro e todas as sextas-feiras, ao final da tarde, promoveram uma oração na igreja matriz. No dia 20 de setembro realizou-se ali a vigília de oração mais significativa, participada por muitas pessoas de outras paróquias.

O pedido para receber aquela “Pequena Fraternidade Provisória” de Taizé foi feito pelo pároco da Mexilhoeira Grande, que visitou pela primeira e única vez a Comunidade Ecuménica francesa em 1988 com um grupo de oito jovens. Ao saber da existência daquele projeto, após a passagem da primeira “Pequena Fraternidade Provisória” pelo Algarve no início de 2018, o padre Domingos da Costa pediu à Comunidade de Taizé que enviasse um segundo grupo para a sua paróquia.

Maria Fischhaber, de 25 anos, e Lisa Schmid, de 29, apesar de serem ambas germânicas e de já terem estado várias vezes em Taizé, apenas se conheceram três dias antes de virem para o Algarve. Aquela espécie de estágio na Comunidade de Taizé serviu para receberem a formação necessária para a missão que viriam realizar.

Maria Fischhaber, para além de já ter estado “umas sete vezes” na Comunidade Ecuménica, participou também em diversos Encontros Europeus e Encontros Africanos de Taizé. “Tinha 20 anos quando fui a Taizé pela primeira vez”, recordou em declarações ao Folha do Domingo, acrescentando que o contacto com a comunidade monástica francesa foi feito através dos seus pais e da sua irmã que a conheceram primeiro.

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Lisa Schmid, para além de já ter estado em Taizé “umas 10 vezes”, trabalhou ali como voluntária durante dois meses e também participou em vários Encontros Europeus. “A primeira vez que fui a Taizé foi com amigos da paróquia e descobri que o meu avô tinha lá estado 20 anos antes, mas ninguém sabia (risos). Foi uma grande surpresa para toda a família”, contou também ao Folha do Domingo.

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Maria Fischhaber, que regressou ao país de origem na madrugada do dia 21 de setembro, é de uma pequena povoação perto de Munique, mas vive naquela cidade, onde estuda Teologia para ser professora do ensino secundário, tendo a docência de Educação Moral como opção. Lisa Schmid, que esteve na Mexilhoeira Grande até dia 27 de setembro, mora perto de Estugarda, estudou Biologia, mas trabalha num centro de emprego do Estado alemão. A jovem pôde mesmo participar na Assembleia da Diocese do Algarve do passado dia 21 de setembro, onde se encontrou com o bispo diocesano, D. Manuel Quintas.

Ao Folha do Domingo, o pároco da Mexilhoeira Grande disse que o balanço desta experiência “é positivíssimo”. “Foram uma comunidade fantástica, deram-se muito bem uma com a outra e integraram-se maravilhosamente aqui na paróquia”, testemunhou o padre Domingos da Costa.

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Por outro lado, o sacerdote destacou também a receção da paróquia. “Nunca imaginei que a paróquia aderisse tão bem”, confessou, realçando que a comunidade “tem um núcleo fantástico de gente nova que se comprometeu imenso” e que as jovens “foram convidadas umas seis ou sete vezes para comer com as famílias”. O sacerdote acrescentou que as jovens, que nunca tinha estado em Portugal nem nunca participaram em qualquer Jornada Mundial da Juventude, prometeram regressar ao país para a edição daquele evento em Lisboa em 2022, voltando a ser recebidas na Mexilhoeira Grande uma semana antes.