O bispo do Algarve exortou ontem, na primeira missa deste novo ano 2020, à “corresponsabilização de todos na construção da paz”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

No primeiro dia do ano, em que se assinala o Dia Mundial da Paz e em que a Igreja celebra a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, D. Manuel Quintas faz sempre questão de presidir à eucaristia no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Loulé, o santuário mariano de maior expressão no Algarve, para evocar a “proteção da Mãe Soberana e o seu amparo” ao longo do novo ano.

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“Maria é aquela de que Deus se serviu para fazer chegar até nós essa bênção, esse dom como fonte de todas as bênçãos”, começou por referir o prelado, referindo-se a Jesus.

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D. Manuel Quintas destacou que “esta bênção de Deus” “tem como primeiro fruto a paz”, a começar pela “interior” e, sobretudo, a corresponsabilização de todos na sua construção. “Porque a paz constrói-se em primeiro lugar dentro de cada um de nós e depois à nossa volta, na família, no trabalho, nas nossas relações sociais. Todos nós devemos considerar-nos artífices da paz”, reforçou.

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“É importante deixarmo-nos abençoar por Deus, o que significa sermos cada um instrumento desta paz em cada dia do ano”, complementou na eucaristia concelebrada pelo bispo emérito do Funchal, D. António Carrilho, natural de Loulé, e pelos padres Carlos de Aquino e Henrique Varela, párocos das paróquias da cidade.

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“Começar o ano novo com a garantia desta bênção é deixar semear no nosso próprio coração esta esperança que se renova, esperança também de sermos melhores. Todos nós, nesta altura, formulamos votos uns aos outros. Era bom, hoje, formularmos votos a nós mesmos e, diante de Deus, nos interrogarmos: «Qual é o voto que eu me formulo a mim mesmo ou que tu, Pai, me formulas a mim como o teu filho?»”, afirmou, lembrando que “a bênção, quando acolhida com amor e gratidão, gera na vida dos abençoados gestos concretos de amor, de paz, de alegria, de pacificação interior”.

“Quando falta a paz falta tudo aquilo que podemos caraterizar como elementos que contribuem para vivermos a vida com dignidade.

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O progresso, o bem-estar não se conseguem sem a paz”, alertou, criticando os “grandes decisores internacionais” que “não se cansam de encontrar sempre bombas mais sofisticadas que têm a capacidade de destruir a humanidade”.

“A memória deste passado que nos envergonha tem de estar sempre viva para que não possamos cair nos mesmos erros”, acrescentou o bispo do Algarve, numa alusão à mensagem do papa Francisco para o 53º Dia Mundial da Paz que lembra os bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasáqui no Japão.

Realçando que a mensagem papal também aponta a “conversão ecológica” como caminho de paz, o bispo do Algarve pediu ainda “uma nova mentalidade e uma nova maneira de proceder” em relação ao “respeito pela natureza”.