A União de Freguesias de Faro contratou 10 trabalhadores para fazer a manutenção de 280 mil metros quadrados de espaços verdes e jardins, no âmbito da transferência de competências dos municípios para as freguesias, disse o presidente.
O presidente da União de Freguesias de Faro, Bruno Lage, explicou à agência Lusa que a passagem da manutenção das áreas verdes e jardins para a freguesia “tinha que ser feita até 2021”, mas a junta decidiu “assumir já, em 2020” esta tarefa, que está a executar desde segunda-feira, a troco de 407 mil euros anuais.
O autarca salientou que a junta vai apostar “em equipas e maquinaria própria, assim como na formação de trabalhadores” para “dispor de equipas qualificadas” nessa área, mostrando-se convencido de que irá conseguir dar resposta, apesar de ter uma área superior à que começou a gerir, “através de uma delegação de competências” por parte do município, em 2019.
“O que tínhamos antes era uma delegação de competências e recebíamos cerca de 80 mil euros. Antigamente, era a Câmara Municipal que assumia, através da [empresa municipal] Fagar, os espaços verdes, mas o Tribunal de Contas veio dizer que não podia ser assim e então a Câmara ficou de fazer ‘outsourcing’ com empresas”, esclareceu.
Contudo, acrescentou, “sabendo-se que havia esta possibilidade de as competências passarem para a junta, fez-se logo no ano passado uma delegação de competências, de uma parte da cidade – o lote três – até para a junta se adaptar a estes trabalhos”, justificou.
Bruno Lage considerou que a experiência com a gestão daquele lote – que abrangia as zonas do Bom João, Atalaia, Alto de Santo António, Horta do Peres, Praceta Humberto Delgado, Avenida 5 de Outubro, Mata do Liceu e Horta do Ferragial – “correu bem”, tendo este ano sido assumida a gestão na restante área da cidade, com exceção da baixa e da zona histórica de Faro, assim como a Alameda João de Deus, que vão manter-se “sob alçada do município.
“Qual é a mais-valia? É que os espaços verdes serão geridos pela junta com as suas próprias equipas, somos uma entidade que não visa o lucro, porque não somos uma empresa e aquela margem de lucro que as empresas têm permite que a junta dê mais qualidade ao serviço”, argumentou.
O presidente da União de Freguesias de Faro reconheceu que “a aposta nas equipas da junta, com equipamentos próprios”, vai dar “mais trabalho” do que contratar a manutenção a empresas privadas, mas qualificou a opção adotada como “mais eficiente”.
“Abrimos um concurso em setembro, colocámos 10 pessoas, agora vamos também contar com o trabalho de duas pessoas do estabelecimento prisional, ao abrigo de um protocolo com os serviços prisionais, mas se houver necessidade de contratar mais alguém, podemos fazê-lo, porque ainda há margem para isso”, disse.
A mesma fonte reconheceu ainda que, nos “primeiros meses – janeiro, fevereiro e março –, vai ser necessário fazer ajustes”, mas reiterou “que a experiência do ano passado correu bem” e dá “confiança de que se pode replicar o modelo no resto da cidade”.
Os 280 mil metros quadrados de áreas verdes que passam a ser mantidos pela junta abrangem loteamentos, separadores de vias, rotundas, jardins, entre outras.