A paróquia de Odiáxere já tem novos párocos e um diácono permanente que vai exercer a liderança prática da comunidade, conforme a nomeação do bispo do Algarve conhecida no passado dia 16 deste mês.

A paróquia, entregue há cinco anos aos cuidados dos Sacerdotes do Santíssimo Redentor (missionários redentoristas), foi assumida no passado domingo pelos sacerdotes da Companhia de Jesus (jesuítas) que contam com o apoio direto e permanente do diácono Nuno Francisco que é quem assume na prática, juntamente com a esposa, Cristina Francisco, a ação quotidiana na comunidade.

Os sacerdotes jesuítas passaram a acumular a paróquia de Odiáxere com as da Mexilhoeira Grande e de Nossa Senhora do Amparo em Portimão, que têm à sua responsabilidade, respetivamente desde 1975 e 1983 (esta com interregno apenas do ano de 2012/2013).

Na eucaristia de início do serviço dos novos responsáveis, começou por agradecer o “dom” da presença dos missionários redentoristas naquela paróquia, lembrando a mudança se deveu à “impossibilidade de poderem continuar” ali devido ao regresso do padre Eugeniusz Fasuga, coordenador da comunidade de Lagos desde 2019, ao seu país natal, a Polónia.

“Queremos também louvar o Senhor pela disponibilidade dos padres da Companhia de Jesus que se encontram na nossa diocese e do diácono Nuno Francisco que vão assumir este serviço”, acrescentou, lembrando que o padre Domingos da Costa, pároco moderador, já ali tinha trabalhado como pároco durante quatro anos, de 1981 a 1985. A ele juntaram-se agora os padres Nuno Tovar de Lemos e Francisco Ferreira de Campos.

“São padres que estão ao serviço da paróquia de Nossa Senhora do Amparo [de Portimão], mas também de toda a animação espiritual da Diocese do Algarve”, completou, garantindo que “todos se apoiam mutuamente”, como também ali acontecerá, e que também “vão apoiar o diácono e a esposa”.

O bispo do Algarve desejou mesmo “que o diácono com a esposa fossem a primeira referência naquilo que diz respeito à animação pastoral, ao serviço da catequese, da liturgia, da ação sociocaritativa” da comunidade paroquial e que os párocos assumirão aquilo que seja “necessário e imprescindível, ou seja, os sacramentos”, exceto batismo e matrimónio que podem ser administrados pelo diácono. D. Manuel Quintas frisou que deverão ser mais os párocos a apoiar o diácono do que o contrário. “Diante de uma Igreja com a necessidade de sacerdotes que temos na diocese, temos de valorizar ainda mais o serviço dos diáconos e também dos leigos”, acentuou.
O pároco-moderador disse que “o diácono Nuno e a sua esposa Cristina Francisco é o que a paróquia da Mexilhoeira Grande neste momento tem de melhor” para “oferecer” à paróquia de Odiáxere. “Oferecei também a vossa vida, colaborando de alma e coração neste projeto. Partimos para ele na convicção de que o Senhor está e fará caminho com todos nós. É um projeto novo no Algarve. O facto de um diácono e a sua esposa assumirem a responsabilidade de uma paróquia, deve orgulhar-vos por serdes a paróquia escolhida para esta experiência que só será bem-sucedida se ela for assumida por todos vós. Peço-vos, por isso, que acolhais de todo o coração este projeto que é novo, tanto para o Nuno e sua esposa Cristina, como para vós e para nós, padres jesuítas. De todos nós dependerá o seu sucesso”, afirmou o padre Domingos da Costa, garantindo que todos estão “diante de um tempo novo” e lembrando que “a Igreja não são apenas os párocos nem os diáconos, mas são também, e sobretudo, os leigos”.

O padre Nuno Tovar de Lemos assegurou que os padres jesuítas estarão “sempre na retaguarda” e pediu aos paroquianos de Odiáxere que tratem o diácono e a esposa “como filhos”.

O diácono Nuno Francisco agradeceu ao bispo e à Companhia de Jesus pela confiança depositada. “Mais do que aquilo que temos para vos dar, muito será o que temos para receber em graça e sabedoria. Vimos como colaboradores do Reino de Deus e agradecemos desde já o vosso acolhimento e disponibilidade para juntos continuarmos a edificar a comunidade cristã de Odiáxere à qual nos alegramos de pertencer. Pedimos a vossa oração para que o Senhor nos dê a sabedoria, o discernimento e a fortaleza necessária para celebrarmos as alegrias e enfrentarmos as adversidades sempre com espírito missionário”, afirmou.

O pároco cessante, padre Silvério Rato, agradeceu ao bispo diocesano, em nome do seu instituto, a confiança que depositou nos padres redentoristas.


A tomada de posse dos novos responsáveis decorreu no início da eucaristia com a leitura da provisão de nomeação, a profissão de fé com o juramento de fidelidade ao colégio presbiteral, ao bispo, ao papa e a toda a Igreja. Foi ainda feita a entrega simbólica da chave da igreja e a assinatura do auto de posse (ata) decorreu depois da celebração.
