O principal objetivo da atividade era dar a conhecer aos participantes a “mística” da I secção do Corpo Nacional de Escutas (CNE), explicou ao Folha do Domingo a secretária pedagógica da Junta Regional do Algarve, entidade que promoveu o ‘Dia do Lobito’ no último fim de semana em Tavira.
Vanda Brazona admitiu que os Lobitos (escutas entre os 6 e os 10 anos de idade, pertencentes à I secção do CNE), não conhecem a “mística”, “talvez porque tenham estado parados durante dois anos”. “Os agrupamentos estiveram fechados durante muito tempo”, justificou aquela dirigente. Por outro lado, a responsável constatou que “nem metade participou no último ‘Dia do Lobito’ online”, realizado o ano passado. “São muito pequeninos”, observou, realçando que muitos dos pequenos escuteiros “acabaram de entrar” no movimento.
A iniciativa, levada a cabo pela Secretaria da I Secção da Junta Regional do Algarve do CNE, teve lugar no Campo Escutista de Tavira no sábado e domingo, 26 e 27 de março, e reuniu 318 Lobitos, cerca de 80% do efetivo regional da I secção. Vanda Brazona refere que a adesão já era esperada após dois anos de pandemia em que não foi possível fazer presencialmente a atividade. “O imaginário é baseado na árvore da Elvira que estava muito triste pela ausência, porque andámos muito distantes e porque não houve atividades”, contou.
Assim, após a chegada e as montagens de campo no sábado de manhã, os Lobitos foram divididos por subcampos com elementos de vários agrupamentos. Depois do almoço e da abertura de campo participaram em sete ateliês que incidiram precisamente sobre a “mística” daquela secção. Para além de terem de construir e decorar folhas novas “para a ‘Elvira’ ficar feliz”, os escuteiros aprenderam as danças, os rituais e o hino da Alcateia. Alguns dos ateliês incluíram também jogos de destreza física.
Naquele dia ainda prepararam o jantar e as peças para o tradicional Fogo de Conselho.
No domingo, após a alvorada e a ginástica matinal, realizaram um jogo. Tinha sido pedido previamente que os Lobitos que construíssem um coração do tamanho da palma da sua mão, decorado a gosto com a inscrição da frase “O que me faz feliz é…” completada pelos próprios. Esses corações, escondidos pelo campo, tiveram de ser encontrados e colocados também na ‘Elvira’. No final, a árvore voltou a ficar “muito feliz e amada por todos” e a atividade terminou com o momento do ‘Adeus’, após a celebração da Eucaristia, presidida pelo padre Nuno Coelho, assistente regional do CNE.
O CNE, fundado no Algarve em 1932 pelo cónego José Augusto Vieira Falé, conta atualmente com 33 agrupamentos.