A síntese da fase diocesana do processo sinodal na Diocese do Algarve, divulgada no sítio da Diocese do Algarve, revela que 57,4% das paróquias algarvias participaram naquele processo de auscultação e recolha de informação.

“Relativamente ao nível de aceitação/rejeição dos participantes, podemos dizer que numa boa parte das comunidades cristãs houve um bom nível de aceitação e entusiasmo que se reflete no modo como participaram. No entanto, houve um conjunto considerável de paróquias (cerca de 35 num total de 82) que não empreenderam absolutamente nada a respeito do caminho sinodal proposto”, refere o documento, acrescentando que “as razões desta não participação estão ainda por apurar” e que “há uma certa dificuldade em abrir-se e entrar neste dinamismo sinodal”.

O resumo refere que “o clero foi sempre tido em conta” nesta fase do Sínodo 2021-2023, convocado pelo Papa Francisco, que decorreu a nível local de outubro de 2021 até maio deste ano, “pois era óbvio que uma boa parte da motivação e do empenho das comunidades, dependeria do modo como o clero estivesse também ele entusiasmado com este processo”. “Por isso, nas reuniões de Vigararia do clero que se realizaram em Outubro, foi explicado tudo quanto se pretendia, o modo de gerar este processo, a importância do mesmo, bem como a entrega de documentação referente ao mesmo. Já nas reuniões de Abril e Maio, procedeu-se à partilha de como tinha decorrido o processo sinodal, as dificuldades e vantagens, conclusões que se poderiam colher do exercício sinodal, entre outros”, detalha.

O resumo indica ainda que, “numa razoável parte das paróquias onde se fez este caminho, a participação foi ampla, com bastante interesse e capacidade de abertura ao diálogo”. “Já noutras, a participação foi diminuta ou cingiu-se aos conselhos (pastoral e económico) e/ou grupos já existentes (catequistas, liturgia, etc). Outras há em que os grupos tiveram alguma dificuldade de falar abertamente, sendo que alguns párocos, percecionando isso, decidiram ficar de fora dos grupos para lhes dar maior liberdade de diálogo”, acrescenta.

O documento explica que “o primeiro âmbito de auscultação e recolha de informação foi o paroquial, privilegiando o diálogo em vários e pequenos grupos, sem deixar de parte a possibilidade de participação individual através do preenchimento de uma ficha com as várias questões/temas anteriormente indicados”. “Ainda neste primeiro âmbito, houve a possibilidade de nalgumas comunidades paroquiais se estabelecer o contato e diálogo com pessoas que não são membros integrantes das mesmas comunidades: áreas da vida política, da economia, de associações juvenis, de associações desportivas, entre outros”, acrescenta-se, explicitando que “esta síntese diocesana passou ainda pelos vários Conselhos Diocesanos de Participação e Corresponsabilidade Eclesial: Pastoral, Presbiteral e Episcopal”.

O documento refere ainda que “as respostas às questões e aos temas propostos foram amplos e bastante participados”, “contudo, foram igualmente referidas algumas dificuldades: a linguagem usada nos temas e perguntas propostos que, nalguns casos, tornou-se um bloqueio; o pouco tempo dado para este processo, ao qual já se havia juntado o pouco tempo de preparação para este caminho pelo facto dos documentos terem chegado muito próximos da abertura do caminho sinodal; nalgumas comunidades surgir ainda a dificuldade ligada à incapacidade de reunir grupos para este processo”.

A síntese indica que, “apesar da linguagem complexa usada nos temas e perguntas”, a “boa recetividade” no que se refere aos mesmos teve a ver com a sua “abrangência” ter permitido “uma reflexão que visou a Igreja no seu interior e em todos os âmbitos pastorais” e, externamente, “na sua relação com o mundo”.

O documento destaca “ainda a capacidade de, na maioria das paróquias, este processo ter sido levado por diante com o empenho de Equipa Sinodais constituídas por leigos, onde a posição do pároco foi a de promover e animar ao exercício sinodal e não tanto a de estar presente em tudo”.

O Sínodo 2021-2023, subordinado ao tema ‘Para Uma Igreja Sinodal: comunhão, participação, missão’, promove um processo global de escuta e mobilização das comunidades católicas, com etapas diocesanas, nacionais e continentais antes da assembleia que o Vaticano vai receber, em outubro de 2023.

Sínodo 2021-2023: Diocese do Algarve pede “real implementação dos órgãos de participação e responsabilidade comunitária”