Na pacata aldeia de Boliqueime com cerca de seis mil habitantes e onde Aníbal Cavaco Silva nasceu, Angelino Correia sabe bem que dia é hoje e acredita que o Presidente da República tem idade e perfil para se voltar a recandidatar.

À sombra da parede da Igreja Matriz de Boliqueime, enquanto escuta as 12 badaladas, Angelino Correia, conta porque é que acha que Cavaco Silva tem condições para mais um mandato aos comandos da República Portuguesa.

"Penso que ele está a governar bem, se bem que tem havido algumas reticências com o Governo, mas penso que isso parece já estar sarado e daqui para a frente vão entender-se melhor", observa, sublinhando que "a população gosta dele tanto em Boliqueime, como a nível nacional".

António Sardinha, 71 anos, e que "andou na escola com o Presidente da República" disse à Lusa não se recordar que hoje passam quatro anos desde que tomou posse da Presidência da República, mas confessa que se Cavaco se tornar a candidatar pode contar com o voto nas eleições de janeiro de 2011.

Para António Sardinha o mandato de Cavaco Silva tem sido o "possível para a fazer face à crise que se vive" e acredita que ele vai regressar para mais quatro anos porque "não há outro candidato à altura".

No minimercado de Boliqueime, Ermelinda Guerreiro, 65 anos, também não se recordava que hoje Cavaco Silva cumpre quatro anos na Presidência da República e foge à pergunta da Lusa sobre se gostou destes últimos quatro anos de presidência.

"Não estou gostando, nem desgostando, enquanto pude trabalhar tive que trabalhar para comer, agora já estou com uma reformazinha pequenina, porque descontei pouco, também tenho pouco, e temos de estar contentes", desabafou Ermelinda Guerreiro, afirmando desconhecer se o atual Presidente da República tem condições para avançar para com um segundo mandato.

No caminho da loja para comprar pão, Arsénio Ramos, 60 anos, admite à Lusa que não se lembrava que hoje se assinala os quatro anos de Cavaco Silva como PR, mas acha que Cavaco vai continuar a ser o presidente dos portugueses, porque "tem feito "muitas coisas" e é "boa pessoa".

Cavaco Silva tomou posse há quatro anos e hoje assinala a data com um almoço com os presidentes dos parlamentos dos Estados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

A um ano do fim do mandato, chefe de Estado ainda não disse se vai ou não recandidatar-se, afirmando que não é tema das suas ponderações e que o futuro a Deus pertence.

As eleições presidenciais deverão realizar-se em janeiro de 2011.

Lusa