Há aquelas pessoas que têm sempre a resposta pronta na ponta da língua. Fazem comentários mordazes e, muitas vezes, duros e inoportunos. Todos conhecemos pessoas assim e todos nos apercebemos disto muitas vezes, em diversos contextos. Por norma, essas pessoas dizem que são frontais e que isso, é uma qualidade. Concordo. Ser-se frontal é uma qualidade e julgo que a “cultura da frontalidade” é uma coisa que nos vai fazendo falta em muitos contextos. Dizer aquilo que se pensa, assumir uma opinião, sem medos e sem com isso querer dizer que se está contra o outro, que tem, simplesmente, uma opinião diferente, pensa de maneira diferente. É só.
Mas isso é uma coisa. Outra, é ser-se malcriado e desagradável. Assumir-se que o comentário mordaz, por ser assim corrosivo, agreste e que fere, é que está certo, é que dá élan, é que é certeiro, é que torna essas pessoas melhores, mais frontais, mais verdadeiras que os outros.
Não se ter “papas na língua” é muito bom. Mas isso não quer dizer que se fira outro com veneno corrosivo que sai boca fora. É que, para se ser frontal, não tem de se ser malcriado. Ah, pois não!