(em vésperas de dia das mães…)

Tenho uma amiga que diz que um coração de uma mãe de vários filhos, percebe sempre qual deles, em cada dia, ou em cada fase, é merecedor de maior preocupação, como se batesse de agitação e fora do corpo, “à vez”, por cada filho, conforme a inquietação que ele lhe devolve.

Nas conversas com ela, que também tem três filhos como eu, acho-lhe graça, quando ela diz isso, como se as duas nos soubéssemos ultra sensíveis com aquilo que se passa com os filhos, como se percebêssemos, às cegas, qual deles está, de cada vez, a precisar mais, a carecer de maior preocupação, como se aquilo que os preocupa já fosse sabido interiormente por nós, estando só à espera que cada um deles o diga, o exteriorize, em desabafo, ou em constatação.

Sou mãe de três. Apesar de ter, graças a Deus, uma vida própria, interesses vários, hobbies e alguns focos de descompressão, os meus filhos são a minha absoluta prioridade, não me substituindo como pessoa, mas completando-me, estruturando-me e integrando-me num “cocktail” de coisas que me compõem como indivíduo. E sei que me fazem ser uma pessoa melhor. Porque saio de mim; porque, por causa deles, sinto o amor incondicional e imagino facilmente o que significaria o “dar a vida por alguém”; porque adivinho sentires e preocupações, porque constato com rigor matemático, que é mesmo verdade: o coração de uma mãe estica, estica e estica, fazendo caber lá, com um amor inabalável, eterno e perene, todos e cada um dos filhos que se tem. E isto é maravilhoso, é uma coisa que a maternidade dá, é uma bênção sentida continuamente, sem datas, sem dias específicos. Apeteceu-me foi dizê-la agora, aos meus filhos, em quem penso, em vésperas do dia da mãe. Como se lhes quisesse agradecer por me terem tornado mãe.

É que o dia da mãe, faz sentido com os filhos que se tem e por causa dos filhos que se tem. Nuns fios amarrados que se entrelaçam formando um nó. Apertado.

P.s – Beijinho também, mummy, que me fizeste filha…