"Se formos para a presidência do PSD e se formos candidatos a primeiro ministro, combateremos com firmeza a promiscuidade na Administração Pública a confusão de interesses entre Estado e partidos e o declínio da vida pública. Faremos tudo para defender a imparcialidade, porque é com gente séria que o país pode avançar e sonhar em ser um Estado moderno e que afasta qualquer fumo de corrupção", disse o candidato à liderança do PSD, durante um jantar em Faro, onde discursou durante mais de meia hora para cerca de 400 militantes.
Segundo Paulo Rangel, o país não pode "tolerar a continuação do regime de promiscuidade entre interesses públicos, interesses privados e interesses do Partido Socialista".
O candidato à liderança do PSD prometeu "separação das águas entre o que é público e privado" e assegurou que se vai bater pela "transparência da Administração Pública" e pela "isenção do Estado", para "libertar o poder político das influências dos privados".
"Tudo é neblina neste Governo. Não podemos perpetuar este estado de coisas. As pessoas não podem ser perseguidas, os empresários têm de poder falar livremente", disse, reiterando que esta será uma das suas principais "bandeiras políticas" caso seja eleito líder do PSD.
Outras das "bandeiras" prioritárias de Paulo Rangel serão a "coesão regional" e a "distribuição justa da riqueza pelo país".
"Aquilo que me traz a esta eleição interna do PSD, a bandeira política que será uma prioridade se for eleito é a coesão regional. Não me conformo com a existência de um país a duas velocidades. Não me resigno a um país em que há regiões pobres e há uma região acima da média europeia", disse Paulo Rangel, referindo-se à capital portuguesa.
Paulo Rangel observou que o futuro vai exigir aos portugueses "sacrifícios num médio prazo para aliviar o peso da dívida", mas declarou também que "apesar do desalento ainda há uma capacidade de regenerar a situação" do país.
"Nós sabemos que a nossa dívida externa é de 100%, mas nós temos esperança que é possível criar uma onda de crescimento económico. Os portugueses acreditam na regeneração do seu país, com mais justiça social", acrescentou.
Depois de ter estado em Vila Real de Santo António, na quarta-feira à tarde, numa sessão pública sobre "Interioridade", Rangel jantou em Faro com militantes e simpatizantes na Casa dos Rapazes, contando com o apoio dos autarcas Macário Correia (Faro), Luís Gomes (Vila Real de Santo António), Francisco Amaral (Alcoutim) e José Estevens (Castro Marim).
Lusa