Por outro lado, há quem defenda, e com toda a razão, precisamente, o contrário: a Igreja não tem que se actualizar, mas manter-se fiel à sua missão de evangelizar, pois, face à corrupção do mundo, a Igreja tem de seguir sempre de acordo com a sua mensagem que é a mensagem de Jesus Cristo, inalterável através dos tempos, por ser intemporal como diz S. Paulo na epístola aos hebreus: «Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e pelos séculos». Por isso, a Igreja deverá persistir na fidelidade coerência à Verdade imutável sobre a qual deverá zelar sem transigência. A linguagem de ontem é e deve ser a linguagem de hoje porque a Palavra de Deus não precisa de ser adaptada, precisa antes, isso sim, de ser compreendida, aprofundada e sobretudo vivida, quaisquer que sejam as circunstâncias ou os cenários…
Não devemos esquecer que a compreensão da Palavra é obra do Espírito Santo e não do homem. Sempre foi e sempre será assim, pois a Bíblia não é um livro susceptível de evoluir em função dos tempos…
Quem tem que evoluir é o homem na compreensão da divina Palavra…
Será, pois, presunção do homem, pensar que a mensagem de Deus tem de ser actualizada, como se Deus não soubesse que a palavra deveria dar ao homem de todos os tempos…
E para os que a Igreja se deve mundanizar contemporizando com os valores e símbolos do mundo, só pode haver uma resposta: a Igreja, que são todos os cristãos, está claro, devem ser sempre o sal da terra e a luz do mundo e por isso diferenciam-se dos que são deste mundo e, de modo algum, podem contemporizar com o espírito do mundo, nem podem suavizar a mensagem evangélica ainda que saibam de antemão que vão ser apelidados de retrógrados, conservadores… Como se existissem cristãos «modernos» e cristãos «antigos», pois Jesus Cristo e a Sua doutrina foram, são e serão sempre os mesmos…
Sendo assim, os cristãos devem estar mais preocupados com o transmitir a mensagem do que com agradar a todos.
Quer isto dizer que cabe aos cristãos, como afirma um autor moderno, apenas três coisas: dar a conhecer a Palavra de Deus tal como ela é, amar incondicionalmente e orar na fé, tudo o mais é obra de Deus.
O autor deste artigo não o escreveu ao abrigo do novo Acordo Ortográfico