Assistiu-se, na semana passada, a passos importantes na recuperação económica de Portugal. Com o acordo laboral assinado pelo Governo e demais parceiros sociais, colocou-se o interesse pelo Bem comum acima de qualquer interesse individual. O acordo assinado é perfeito? Não. Longe disso. Aliás, a esta altura, deste campeonato, nenhum acordo seria perfeito. Porém, o facto de ter sido assinado pela maioria dos parceiros de concertação social, significa que pelo menos há a intenção de se juntar em diversas forças, para que sejam ultrapassadas as dificuldades que o País vive.

Independentemente de quem ficou a ganhar ou a perder com este acordo, é necessário afirmar que um País desunido e preocupado com os interesses individuais de cada um não consegue ultrapassar todas as dificuldades em que vivemos. É imprescindível realçar a verdade para além de toda a Demagogia que nos assalta na televisão. E não temos conseguido fazer isso. Quantas vezes passamos imenso tempo, gastamos imensas energias e ideias a discutir os mais recentes faits divers, em vez de ir ao essencial, ao que nos pode levar à solução das nossas dificuldades.

O importante é olhar para todos os sofrimentos que passamos e passar a encará-los com um olhar límpido de esperança. Um País onde não há esperança é um País sem futuro, sem identidade, sem objectivos. E quer queiramos, quer não, neste momento o acordo laboral é mais importante que os vencimentos do nosso Presidente, ou que a última contratação de um jogador de uma qualquer equipa de futebol, ou ainda é mais relevante que alguma história de vida, que se possa retirar de um qualquer programa, onde banais pessoas estão fechadas numa casa.

Unamo-nos, trabalhemos e lutemos pelo nosso futuro e pelo futuro de Portugal!

Pe. Miguel Neto