A chuva, que fustigou a região algarvia nos últimos dias, deu hoje tréguas, permitindo que milhares de pessoas assistissem ao “shakedown” da Africa Eco race, junto à Marina de Portimão.

A prova, idealizada pelos “veteranos” Hubert Auriol, René Metge e Jean-Louis Schlesser, rivaliza com o mítico Rali Dakar e tem partida marcada para terça-feira e chegada à capital senegalesa a 10 de Janeiro, levando os concorrentes através de Marrocos e da Mauritânia.

A segunda edição do rali africano conta com 44 pilotos à partida de Portugal, incluindo a portuguesa Elisabete Jacinto, e uma comitiva de 84 veículos e mais de 200 pessoas.

Ao volante de um camião MAN, acompanhada pelo navegador Álvaro Velhinho e pelo mecânico Marco Cochinho, Elisabete Jacinto participa pela primeira vez na Africa Eco Race, depois de ter disputado o Dakar em motos e camiões.

“Espero ter uma boa prestação e classificar-me entre os primeiros”, disse Elisabete Jacinto depois de concluir o “shakedown”, junto à Marina de Portimão, onde foi efusivamente aplaudida pelos milhares de espectadores.

A piloto, de 45 anos, antevê uma prova “dura e muito difícil, com um leque de concorrentes muito forte, equipados com excelentes máquinas e apoiados por pessoas com larga experiência neste tipo de competição”.

“Sei que será difícil, mas tenho esperança de conseguir a minha melhor classificação de sempre [em África]”, observou a piloto.

Nos automóveis, o francês Jean-Louis Schlesser, vencedor da primeira edição da prova, é apontado com um dos principais candidatos à vitória, destacando-se do seu palmarés triunfos no Rali Paris-Dakar em 1999 e 2000.

Durante o “shakedown”, Schlesser fez questão de que Rui Sousa, campeão nacional de todo-o-terreno, o acompanhasse no seu “buggy” em duas voltas ao mini-percurso.

No final, Rui Sousa disse à agência Lusa ter ficado “maravilhado” com o carro do francês e manifestou-se com esperança de que para o ano “possa ter condições para participar numa prova desta natureza”.

“É um carro maravilhoso. O Jean-Louis tentou cativar-me e conseguiu. Gostava muito de ter condições para participar num rali destes e com um carro como o dele”, disse o campeão nacional de todo-o-terreno.

Rui Sousa acrescentou que vai tentar conseguir “apoios que permitam a participação no próximo ano”.

Segunda-feira vão decorrer as verificações técnicas e administrativas, no Pavilhão Arena de Portimão, estando a partida marcada para terça-feira, rumo a Nador (Marrocos).

A prova é composta por 12 etapas, seis das quais em Marrocos, cinco na Mauritânia e uma no Senegal, num total de 6200 quilómetros.