Foram 107 os participantes da Diocese do Algarve, oriundos de 23 paróquias, nas Jornadas Nacionais de Catequistas 2025 que decorreram no último fim de semana de 18 e 19 de outubro em Fátima, sob o tema do Credo, num aprofundamento da celebração dos 1700 anos do Concílio de Niceia.
A formação, promovida pela Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), através do Departamento da Catequese do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) da Conferência Episcopal Portuguesa, procurou refletir sobre “A fé celebrada e testemunhada” e contou no total com mais de 1100 catequistas participantes de 20 dioceses de Portugal.
O grupo do Algarve incluiu o diretor do Secretariado da Catequese da Diocese do Algarve, o padre Pedro Manuel, e também a coordenadora do Setor da Catequese da Infância e Adolescência da Diocese do Algarve, a irmã Arminda Faustino, que é também a coordenadora do Departamento Nacional da Catequese.
Após o acolhimento e a oração da manhã, nas palavras de início do encontro, que teve lugar no Centro Pastoral Paulo VI, o presidente da CEECDF apelou a um “renovado compromisso” dos catequistas portugueses na missão de anunciar a fé, considerando que este “é um tempo que exige de cada um novo impulso” na ação e na missão da catequese. “Vivemos um tempo sinodal que é um tempo de aprofundamento e continuidade que mobiliza toda a Igreja e na qual a catequese e os catequistas devem ter um papel e um empenhamento acrescidos”, reforçou D. António Augusto Azevedo.
Aquele responsável pediu um “renovado compromisso, renovado empenhamento de todos”, nos secretariados diocesanos, dioceses e paróquias, “um renovado compromisso de cada um, de cada catequista” para implementar o “novo itinerário no qual a Igreja em Portugal está empenhada”.
As jornadas prosseguiram com a primeira conferência a cargo do padre Carl-Mario Sultana, da arquidiocese de Malta e presidente da Equipa Europeia da Catequese. O sacerdote defendeu que a Igreja precisa de “mudar de paradigma” na evangelização e na catequese, aproximando-as mais da experiência concreta das pessoas. “Não estamos apenas numa época de mudanças, mas numa mudança de época”, afirmou, citando o Papa Francisco.
Na intervenção, intitulada «Credo: A fé em cada encruzilhada», o sacerdote de Malta afirmou que “a fé não pode ser reduzida a fórmulas ou doutrinas”, devendo antes ser “vivida e testemunhada nas escolhas quotidianas”. “A catequese de hoje deve falar ao coração das pessoas, não apenas à mente”, sublinhou.
A segunda conferência, sob o tema “Credo: A fé professada e vivida”, foi proferida pelo bispo auxiliar de Lisboa D. Alexandre Palma, que destacou a importância da linguagem na transmissão da fé. “A palavra humana é capaz de dizer Deus. As palavras que usamos com os nossos catequizandos não são coisas vazias. Têm a capacidade de tornar Deus presente sem o esgotar”, afirmou.
Aos catequistas exortou a estarem conscientes da sacralidade da palavra que utilizam, pois ela é central para a comunicação da fé. Perante uma mudança de época que se acentua hoje, o prelado alertou para a necessidade de a fé acompanhar a evolução das linguagens na sociedade. “Temos perigos de uma espécie de erosão da nossa gramática, do nosso vocabulário, um empobrecimento da nossa capacidade de falar, que é um desafio para a fé. Mas a linguagem verbal não é a única forma de comunicar. As imagens, a iconografia e outras linguagens também devem ser usadas com consciência e paciência”, acrescentou.
O início da tarde do primeiro trouxe às jornadas uma celebração mistagógica, orientada pelo Rui Ruivo da Diocese de Leiria-Fátima, e o encontro prosseguiu com o terceiro momento de reflexão sobre o tema “O catequista chamado a anunciar a vida nova”, protagonizado pelo testemunho de três catequistas – Fátima Castro, da Arquidiocese de Braga; Carlos Novais, da Diocese do Porto; e a irmã Florbela Vieira, da Diocese de Bragança-Miranda, pertencente ao instituto das Servas Reparadoras de Jesus Sacramentado – que partilharam sonhos e desafios para a catequese.
Ainda antes da participação na recitação do rosário na Capelinha das Aparições, seguido de procissão de velas, Ivandro Robalo, da Diocese de Bragança-Miranda, trouxe aos catequistas o tema “Eu Creio”, um inédito musical da sua autoria que celebra os 1700 anos do Concílio de Niceia.
Ontem, após a oração da manhã e a apresentação da canção “Creio em Deus”, da Banda do Grupo de Jovens da Família do Coração Imaculado de Maria, da Diocese de Leiria-Fátima, os padres José Henrique Pedrosa e Rui Alberto apresentaram a quarta conferência sobre o tema “O crescimento da/na fé durante o tempo do Aprofundamento Mistagógico”, correspondente ao período do 5º ao 8º ano de catequese.
Após este momento realizou-se uma partilha de testemunhos com catequistas e catequizandos das dioceses do Algarve e de Leiria-Fátima e a apresentação do tema musical “Creio em Ti”, composto pela Banda MusiCristo, da Diocese de Lisboa.
As Jornadas Nacionais de Catequistas 2025 concluíram-se com a celebração da Eucaristia na basílica da Santíssima Trindade, presidida por D. António Augusto Azevedo.
com Educris