
Na escola EB 2,3 Afonso III –, uma das duas em Faro preparadas para acolher ontem a prova de avaliação de capacidade e conhecimentos (PACC) dos professores –, os alunos ajudaram os professores a boicotar a realização do exame.
Segundo Ana Simões, do Sindicato de Professores do Sul, a direção da escola Afonso III pediu a alunos de um Curso de Educação e Formação (CEF) que ali se encontravam para transportar mesas para o refeitório da escola, na expetativa de os professores, vindos do protesto na Escola Secundária Pinheiro e Rosa, poderem aí realizar a prova, mas os jovens viraram as mesas ao contrário, inviabilizando a sua utilização.
Perto das 11.30h a sindicalista confirmava aos jornalistas que na EB 2,3 Afonso III também não se realizaria a prova, decisão justificada pela direção da escola com a falta de condições.
Segundo Ana Simões, mais de 300 professores de Faro que estavam inscritos para realizar a prova não a fizeram por falta de condições.
A mesma fonte contou que na Escola Secundária Pinheiro e Rosa foram os próprios docentes que iam ser submetidos ao exame que se revoltaram, mas muitos dos professores vigilantes também estavam de greve.
“Quer aqui fora [da escola], quer lá dentro [nas salas] houve protesto, houve revolta e houve a solicitação de não se realizar a prova e foi isso que aconteceu”, resumiu Ana Simões, adiantando que em Faro havia 317 professores inscritos para a PACC e em Portimão 153.
De acordo com a dirigente sindical, das dez salas que estavam prontas para a realização da prova, na Escola Secundária Pinheiro e Rosa, em nenhuma “houve condições” para realizá-la, quer pela adesão à greve dos professores que iam vigiar como pela recusa dos que iam ser submetidos à prova.
“Tanto os professores que estavam convocados para vigiar como os professores que estavam convocados para a realização da prova disseram não à prova”, afirmou, sublinhando que todos estavam unidos, apesar de alguns professores, “muito poucos”, não terem aderido à greve.
Segundo contou à Lusa um dos professores que estava convocado para realizar a prova, a revolta instalou-se dentro da sala, onde se preparavam para o exame, quando alguns docentes “mais revoltados” que iam ser submetidos à prova começaram a gritar “não à prova”, contagiando todo o grupo.
“Os professores [vigilantes] ficaram lá dentro, até que houve uma altura em que comunicaram uns com os outros e saíram todos, mandaram todos sair”, contou Ângelo Brito, professor de Educação Física.
Nas duas escolas em Portimão onde estava prevista a realização da prova de avaliação, na Secundária António Aleixo e na Manuel Teixeira Gomes, esta foi efetuada, concluiu.
Mais de 13 mil professores deviam realizar ontem uma contestada prova de avaliação de conhecimentos, num dia para o qual os sindicatos da Fenprof marcaram uma greve.
com Lusa