A Assembleia Diocesana da Igreja no Algarve deixou um apelo a “que ninguém se sinta dispensado” no caminho rumo à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023 em Lisboa porque “todos são necessários”.

Assembleia_diocesana_2022-21
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O repto foi deixado pelo delegado diocesano ao Comité Organizador Local (COL) da JMJ de 2023 e coordenador do Comité Organizador Diocesano (COD) do Algarve para aquele evento com o Papa. João Costa disse no encontro que teve lugar no salão de São Pedro do Mar, em Quarteira, que “a responsabilidade e os frutos consequentes da JMJ não são da exclusividade dos jovens, mas de todos”.

Assembleia_diocesana_2022-22“Podemos cair na tentação de pensar que a JMJ já não é para mim porque já não tenho idade, porque já não vou acompanhar nenhum grupo. Ou então pensar: «este assunto, o que me importa?» Porém, o desafio que o Papa deixa cada um de vocês é que «abram a janela, vejam além do nariz». Olhem, abram a «janela» e alarguem o coração. Nós, os jovens, precisamos de cada um de vós, dos vossos «sins» e dos vossos «nãos», da vossa vida e da vossa história, da vossa entrega e do vosso contributo”, afirmou João Costa, considerando que “a JMJ terá de se erguer como uma ponte rumo à humanidade para que o “mundo se reencontre novamente na fraternidade, na justiça e na paz” como refere a oração da JMJ 2023.

“Nunca mais no nosso espaço temporal de vida terrena vamos poder ter a oportunidade de ver um evento desta magnitude. Vai ser feita a história no nosso país, da qual cada um de nós faz parte e tem de fazer parte”, prosseguiu aquele responsável, garantindo que “a JMJ em Lisboa marcará a vida de milhões de pessoas”. “Para muitos será um ponto de partida, para outros um ponto de passagem e para outros um ponto de chegada, mas podemos garantir que Portugal será como um «verde prado» onde acontecerão pequenos-grandes milagres”, desenvolveu, considerando que a JMJ “será um dom concreto que Deus quer oferecer, não só a Portugal, mas também à Igreja portuguesa”. “O que é que estamos a fazer com ele? Vamos enterrá-lo e escondê-lo? Ou vamos colocá-lo a render?”, interrogou.

Não obstante a expectativa posta naquele evento, João Costa rejeitou qualquer ilusão desajustada em relação ao mesmo. “Não vivemos na utopia de que a JMJ vai ser a solução para todos os nossos problemas. Mas sabendo que o Espírito Santo é audaz e criativo na forma como nos vai interpelando e inquietando, porque não pensar que a JMJ poderá ser a resposta a tantas orações comunitárias e individuais pelas vocações? Sabemos que há muitas vocações que se determinam no ambiente da Jornada Mundial”, referiu, admitindo que o encontro possa ser resposta para algumas “fragilidades” da diocese algarvia. “Porque não pensar que a JMJ poderá funcionar como «faísca» para este ardor missionário desta nova estruturação diocesana?”, interrogou no encontro com a presença de cerca de 200 participantes de todo o Algarve.

Assembleia_diocesana_2022-20
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O delegado diocesano ao COL lembrou que “o Algarve acolherá, de 26 a 31 de julho, jovens peregrinos que vão querer experienciar o que é ser Igreja” na diocese e “o que é ser algarvio”. “As nossas previsões apontam para a receção de cerca de 9.000 peregrinos”, adiantou, explicando que “todas as semanas” há contactos de interessados em vir para o Algarve participar nos designados ‘Dias nas Dioceses’. João Costa informou que a Diocese do Algarve já recebeu contactos de 16 países: Alemanha, Áustria, Canadá, Colômbia, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Estados Unidos da América, Filipinas,
França, India, Inglaterra, Polónia, Porto Rico e República do Congo.

Assembleia_diocesana_2022-23
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O coordenador do COD do Algarve para a JMJ 2023 lembrou que “os peregrinos, em princípio, estarão divididos por quatro centros de acolhimento – Faro, Loulé, Portimão e Tavira – e explicou que esses centros de acolhimento “não serão restritos às cidades”.

Aquele responsável anunciou ainda que, ao nível da juventude, “um dos eventos centrais” do ano pastoral, “a par da Jornada Diocesana da Juventude”, ocorrerá no dia 30 de julho. “Todos os peregrinos [participantes nos ‘Dias nas Dioceses’] vão confluir para o Estádio Algarve para viver e testemunhar a vida em Cristo”, adiantou, convidando todos a acompanhar aquele dia.

João Costa propôs ainda algumas iniciativas para ajudar na preparação para a JMJ. Aquele jovem desafiou à “oração pelos frutos” do evento, considerando que “tem de ser uma oferta transversal, de pequenos a grandes, de mais velhos a mais novos, de famílias a padres, a consagrados e a leigos”. “Porque não incluir, uma vez por mês, na oração universal da celebração comunitária da Eucaristia uma prece dedicada à JMJ e aos ‘Dias nas Dioceses’?”, sugeriu, propondo também a inclusão de “meditações feitas e dedicadas à JMJ”, disponíveis no site oficial do evento, nas orações do terço realizadas nos lares de idosos.

Em relação às famílias apelou ao seu envolvimento no contexto dos ‘Dias nas Dioceses’ no acolhimento de peregrinos e aos Conselhos Pastorais Paroquiais pediu propostas para se poder chegar aos jovens que já estão na Igreja, mas “não encontram nela uma linguagem similar”, e aos que estão fora dela. Aos jovens desafiou a que se associem às atividades propostas e a que sejam “embaixadores da JMJ” nos seus contextos “para que o convite da JMJ chegue mesmo a todos”. Pediu-lhes ainda para incluírem nos seus planos a possibilidade de serem voluntários na JMJ e nos ‘Dias nas Dioceses’.