Na sessão extraordinária de 07 de Dezembro da Assembleia Municipal, os partidos políticos expressaram também a “profunda solidariedade” para com os trabalhadores que estão em risco de perder o seu posto de trabalho e para com as suas famílias.
A Assembleia Municipal de Faro pediu ainda para que se apurem as “verdadeiras causas responsáveis” pelo despedimento colectivo para que o “Estado português (…) actue futuramente com responsabilidade e sensibilidade sociais”.
“Instamos o Governo da República a ponderar com seriedade o futuro destes 337 trabalhadores, devendo esgotar-se todas as possibilidades viáveis de assegurar a manutenção dos seus postos de trabalho, ainda que noutros sectores ou empresas do Estado, mas em moldes que garantam a estabilidade e segurança da vida em família”, lê-se na nota de imprensa.
A moção vai ser enviada à administração da Groundforce, grupos parlamentares da Assembleia da República, primeiro-Ministro e Presidente da República.
O líder do movimento “Com Faro no Coração” acusou quinta-feira a Câmara de Faro (PSD) e a Assembleia Municipal (PS) de “boicotarem” e “silenciarem” os “atropelos" da Groundforce e do Governo à luta dos 336 trabalhadores em Faro.
“Há cerca de um mês foi declarada a intenção de despedimento colectivo dos trabalhadores da Groundforce no Aeroporto de Faro. Esta abominável situação exigia uma imediata e forte posição pública de repúdio pela Autarquia, mas em vez disso, ficaram calados”, lê-se num comunicado de imprensa à comunicação social.
A Groundforce, detida pela TAP que tem como função assistir companhias áreas em terra, anunciou, a 10 de Novembro, o encerramento da operação em Faro, no Algarve, e o despedimento colectivo de 336 trabalhadores, como resultado das perdas da empresa, estimadas em 20 milhões de euros só este ano.
A empresa propôs, em Novembro, manter os contratos de trabalho das mulheres grávidas ou lactantes e de um dos membros dos 15 casais despedidos na escala de Faro, como forma de “diminuir os efeitos do despedimento colectivo”.
O sindicalista Mateus Mendonça explicou à Lusa que "não houve acordo no despedimento colectivo" e que as propostas da Groundforce vão ser apresentadas individualmente aos trabalhadores (às lactantes, aos casais e aos funcionários em situação de pré-reforma) que, depois, as aceitarão ou não.