Elsa Martins, da Associação de Pais da Escola D. Paio Peres, lamentou que o Ministério da Educação “não tenha ainda dado resposta a um pedido para a abertura de dois Cursos de Educação e Formação (CEF)”, numa indefinição que afeta diretamente 40 alunos, mas que, por via da realização de horários ou da atribuição de horas a professores, atinge 1.200 alunos
A dirigente da associação de pais sublinhou que o pedido de abertura dos CEF de Operador Comercial e Serviço de Mesa e Bar foi feito a 15 de julho e, como a tutela não respondeu, nem positiva nem negativamente, o Conselho Pedagógico e o Concelho Geral do agrupamento reuniram-se e decidiram não iniciar os 2.º e 3.º ciclos na escola D. Paio Peres e na escola Secundária de Tavira
“Assim a escola não pode fazer os horários, atribuir horas a professores e saber como é a situação dos 40 alunos que frequentam os dois CEF”, afirmou Elsa Martins á Agência Lusa, referindo que alguns deles frequentaram cursos de formação no sexto ano, que não exigiam exame no final, e se forem integrados no ensino regular não podem transitar de ano por falta desse exame
O presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, disse á Lusa que, apesar de a autarquia não ter responsabilidade direta nestes ciclos de ensino, é de “lastimar” que os alunos ainda não tenham começado as aulas
Jorge Botelho criticou o atraso na decisão, apelou á abertura do ano letivo e disse ver com “preocupação” que 1.200 alunos ainda estejam sem aulas por falta de uma decisão atempada do ministério, que acusou de recorrer a “critérios economicistas” e de traçar estratégias a “régua e esquadro” sem atender ás especificidades da escola e dos alunos
A dirigente da associação contrapôs o atraso na decisão sobre os dois CEF com a celeridade do ministério a enviar uma inspeção para apurar “as causas e as responsabilidades da não abertura da escola na data limite prevista”
Elsa Martins lamentou ainda que o ministério tenha “ordenado a abertura imediata” da escola sem uma solução para os 40 alunos que deviam frequentar os CEF, que “vão continuar sem aulas”
“A câmara quer que os alunos regressem o mais rapidamente possível á escola, mas lastima que haja ainda 40 alunos que não vão ter aulas”, disse o autarca, que estranhou a “celeridade do ministério a enviar uma inspeção sem ter respondido nem sim nem não á pretensão da escola”
A Lusa tentou obter também uma reação da tutela, através da Direção Regional de Educação do Algarve, mas ainda não obteve resposta