Vitor_aleixoO PSD de Loulé acusou o presidente da Câmara, Vítor Aleixo, de ter “dois pesos e duas medidas” para aprovação de novas superfícies comerciais, mas o autarca refutou as críticas, afirmando que apenas dá sequência a projetos já aprovados.

Em causa estão as deliberações da Câmara relativamente à criação de novas superfícies comerciais no concelho, que o executivo do PS viabilizou numa reunião de Câmara em que o presidente esteve ausente e que os vereadores do PSD dizem ir contra a posição sempre defendida por Vítor Aleixo de não viabilizar mais projetos deste tipo.

O autarca de Loulé reiterou a sua oposição à existência de novas grandes superfícies no concelho, “porque prejudicam o concelho de Loulé, que já tem uma larguíssima oferta nesse domínio, e a economia local”, mas frisou que Portugal é “um estado de Direito” e o atual executivo “tem que atender” aos projetos que já vinham com atos administrativos praticados pelo anterior executivo do PSD.

“Em relação ao continente em Quarteira, era um projeto que tinha vários atos administrativos e várias aprovações da anterior câmara. Eu dilatei os prazos até ao limite do possível e fiz tudo o que me foi possível para tentar impedir, mas não fui capaz. Em relação ao Aldi de Boliqueime, a mesma situação: fiz tudo o que era possível para impedir a abertura dessa loja, mas também não fui capaz”, explicou o autarca.

Vítor Aleixo acrescentou que, por serem projetos que “transitaram da gestão a anterior, com deliberações já tomadas”, uma dessas empresas interpôs até um processo no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé contra o autarca, por ter considerado que não tomou as ações “no tempo que o investidor considerou razoável”.

O presidente da Câmara de Loulé disse ainda que outro dos casos apontados pelos vereadores do PSD como prova incoerência política do autarca é um projeto que, “além de transitar do executivo anterior” e decorrer “de um loteamento que foi expressamente alterado para incorporar esse investimento”, foi apresentado “por um empresário local” e “tem uma lógica de funcionamento que em nada é comparável com as grandes cadeias nacionais e internacionais de distribuição”.

“Sendo uma iniciativa de natureza substancialmente diferente, não podia ser considerada pela mesma bitola e daí a circunstância de esse projeto ter sido deferido”, justificou, sublinhando que se “trata de um empresário local, que lojas iguais naquela que quer abrir em Loulé apenas tem uma no concelho de Faro e, portanto, justifica-se plenamente”.

Vítor Aleixo acusou o PSD de “ter uma posição absolutamente liberal, complemente desregulada e na ótica de que o mercado deve funcionar livre de quaisquer regras”, e garantiu que “a posição do novo presidente da Câmara não é essa” e defende que “o mercado tem que ser regulado em nome do interesse público”.