Os 16 presidentes de câmara do Algarve reúnem-se hoje para discutirem um abaixo-assinado subscrito por 182 médicos do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), disse à agência Lusa o presidente da Comunidade Intermunicipal (AMAL).
Em declarações à Lusa, Jorge Botelho considerou “grave” o conteúdo do documento, que disse ter recebido na sexta-feira, acrescentando que os autarcas algarvios vão avaliá-lo hoje para emitirem uma tomada de posição.
O abaixo-assinado, que denúncia as más condições dos hospitais de Faro e Portimão, é subscrito por 182 de um universo de 230 médicos especialistas efetivos daquelas duas unidades, ou seja, aproximadamente 80%.
Os médicos queixam-se da degradação dos cuidados de saúde prestados à população algarvia, exemplificando com os frequentes adiamentos de cirurgias programadas, por falta de material, os atrasos na realização de exames e a falta de medicamentos.
De acordo com o documento, a que a Lusa teve acesso, não houve, desde a criação do centro, no verão passado, “qualquer melhoria” na qualidade da Urgência, nomeadamente em Portimão, “que passa frequentemente por situações ridículas, ao melhor estilo dos países em vias de desenvolvimento”.
Os médicos acusam ainda a administração do CHA de falta de diálogo para com os profissionais de saúde, o que “muito prejudica os doentes”, uma vez que não são ouvidas as opiniões técnicas dos médicos especialistas.
“Está em curso todo um processo que leva ao descrédito dos serviços hospitalares, por parte de quem os utiliza”, resumem.
O documento foi enviado à administração do CHA, presidida pelo ex-bastonário da Ordem dos Médicos Pedro Nunes, mas também ao ministro da Saúde, atual bastonário, presidente da ARS/Algarve, Comissão Parlamentar de Saúde e AMAL.