Em declarações á agência Lusa, o candidato afirmou que o executivo municipal liderado por Macário Correia, eleito em 2009, atrasou o pedido de empréstimo, que obrigava a um período de carência de dois anos, para tentar fazer coincidir a obtenção das verbas com os anos de 2012 e 2013, por questões eleitorais

“A estratégia era que esse período de carência coincidia com os anos de 2012 e 2013. Já começavam a amortizar mas não pagavam juros, o que lhes dava folga para a campanha eleitoral, em termos de obras e iniciativas”, defendeu José Vitorino

De acordo com o ex-presidente da autarquia, se o plano tivesse sido logo lançado, o executivo teria conseguido o empréstimo e fazer as alienações de património previstas
“A maior prova de incapacidade desde executivo é que desde janeiro que pediu um pedido de empréstimo ao Programa de Apoio á Economia Local (PAEL). Passaram nove meses e a Câmara não consegue esclarecer o Tribunal de Contas (TdC). Isto revela uma incapacidade total e um descontrolo total das contas”, acusou

Além do pedido de empréstimo á banca ao abrigo do plano de reequilíbrio, a Câmara de Faro candidatou-se a um empréstimo através do PAEL, no valor de 21,3 milhões de euros, aprovado no final de maio, mas que ainda não obteve o visto do TdC

Segundo José Vitorino, está criado um “buraco” financeiro na autarquia de 40 milhões de euros em relação áquilo que o executivo dizia ser “necessário e indispensável” para o equilíbrio financeiro da Câmara.

“Este plano de reequilíbrio financeiro era para quatro mandatos, no pressuposto de que a Câmara conseguia os 48 milhões de empréstimo e alienava 30 milhões. Se conseguir apenas 21 milhões e alienar quatro ou cinco, há um buraco de 40 milhões que obrigará a disparar o período de amortização e de reequilíbrio para um prazo ainda maior”, concluiu

O candidato é apoiado pela Aliança Cívica “Salvar Faro, com Coração” e tem como adversários Rogério Bacalhau (PSD/CDS-PP/MPT/PPM), Paulo Neves (PS), António Mendonça (CDU), Vítor Ruivo (BE) e Vítor Silva (PPV)