Em 2008, devido ao bloqueio de financiamento do Grupo Alicoop, 245 trabalhadores contraíram empréstimos bancários no valor de 1,7 milhões de euros, numa tentativa de salvar a empresa, tendo a administração do grupo assumido o pagamento das prestações bancárias.
Contudo, a Alicoop entrou em processo de insolvência em Agosto de 2010, encontrando-se a decocrrer o processo de viabilização da empresa, apresentado pelos trabalhadores e pequenos credores, aprovado pelo Tribunal de Silves.
Segundo o BE, os trabalhadores estão a ser “pressionados” pelo banco BPN a pagar o que não é da sua responsabilidade e impedidos de contrair novos empréstimos, considerando “a situação inaceitável face ao esforço que assumiram”.
No documento entregue no Parlamento, o BE observa que “o presidente do conselho de administração da Alicoop e o BPN concertaram um mecanismo de financiamento da empresa, em que o crédito pessoal contraído pelos trabalhadores era transferido para a Alicoop, assumindo esta perante os trabalhadores o compromisso de pagar as prestações dos empréstimos contraídos.
Segundo os bloquistas, os contratos com o BPN, assinados por cada um dos 245 trabalhadores, têm a assinatura do administrador José António Silva, como avalista a título individual sem que conste a identificação da empresa.
Outros dois documentos dão conta da carta de “compromisso irrevogável de pagamento das prestações de capital e juros decorrentes do financiamento, que estipula que a Alicoop se obriga perante o mutuário a depositar mensalmente o montante referente ao pagamento das prestações de capital e juros decorrentes do financiamento.
O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda pretende “ajudar a resolver a situação”, destacando que os trabalhadores estão a ser “injustamente” perseguidos pelo BPN, por incumprimento, quando toda a documentação existente atesta que a responsabilidade é da administração da Alicoop.
O BE questiona ainda o Governo sobre que medidas “pensa tomar no sentido de reforçar o quadro de supervisão, para evitar a repetição de situações idênticas no futuro”.