
O bispo do Algarve disse no Domingo de Páscoa aos algarvios que Jesus quer ajudá-los a «rolar as pedras» dos seus «sepulcros» “para tudo transformar com a luz da sua ressurreição”.

“Ponhamo-nos também nós a caminho ao encontro de Cristo ressuscitado. Não nos detenhamos perante situações adversas da nossa vida, mergulhados na tristeza e sem esperança, prisioneiros de nós mesmos. Abramos ao Senhor ressuscitado os nossos «sepulcros selados», «sepulcros» com diversas formas e múltiplos nomes: fraquezas, quedas, ressentimentos, imprevistos, doenças, insucessos, desemprego, ruturas familiares”, pediu D. Manuel Quintas na eucaristia a que presidiu na Sé de Faro.

“Não desanimemos perante quanto ouvimos e vemos no «sepulcro selado» deste mundo que é o nosso e que, mais uma vez, o papa Francisco denunciou na sexta-feira à noite na sua alocução final da via-sacra”, prosseguiu o prelado, lembrando as palavras do sumo pontífice que falou em “vergonha” por causa das constantes imagens de devastação e morte na humanidade atual.

“Cristo ressuscitado quer ajudar-nos a «rolar as pedras destes sepulcros» –, seja dos nossos, seja dos do mundo de hoje –, para tudo transformar com a luz da sua ressurreição; quer-nos como seus discípulos inundados pela esperança e pela alegria pascal”, acrescentou D. Manuel Quintas, lembrando que o mundo de hoje vive “situações de menos esperança e menos alegria, de mais sofrimento, de mais devastação e de mais morte”. “Façamo-nos todos mensageiros desta esperança, da ressurreição de Cristo”, pediu.
O bispo diocesano desafiou ainda aos algarvios a que, após o encontro com o ressuscitado, aceitem também a “missão” que lhes é confiada: “ser «fermento» novo que contém em si a força transformadora de uma nova humanidade; levar a todos o anúncio da Páscoa; acolher a luz para suscitar e ressuscitar a esperança nos corações de quem sente dificuldade em encontrar esta luz na sua vida”. “Cristo guiará os nossos passos rumo à Páscoa que não terá fim, na qual viveremos para sempre com Ele. Acolhamos esta certeza: a Páscoa de Cristo é também a nossa Páscoa”, garantiu.

D. Manuel Quintas alertou que “a esperança cristã não se pode confundir com um temperamento otimista”, pois “está para além disso”. “Tal como a fé é um dom que Deus concede àqueles que acolhem a presença de Cristo ressuscitado na sua vida, a esperança nasce da certeza de que a vida em Cristo ressuscitado é mais forte do que todas as formas de morte; nasce da certeza de nos sabermos sempre perdoados porque sempre amados”, explicou, lembrando que “com a sua morte e ressurreição, Cristo venceu o pecado, a morte e todas as formas de medo”. “A Páscoa é também a festa da nossa esperança porque nada nem ninguém nos poderá separar do amor de Cristo”, evidenciou.

Homilia do bispo do Algarve na eucaristia da ressurreição do Senhor: