© Samuel Mendonça
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O bispo do Algarve reuniu-se no passado sábado com seis algarvias que participaram, nos últimos dois anos, em missões das irmãs Franciscanas Missionárias de Maria (FMM) em Angola e Moçambique.

“Sempre manifestei o desejo de me encontrar convosco para escutar o eco da vossa experiência e poder partilhá-la com outros. A partilha desta experiência faz-vos bem a vós e a mim também me faz bem escutar”, começou por referir D. Manuel Quintas às missionárias, no encontro que teve lugar no Centro Pastoral e Social da Diocese do Algarve, em Ferragudo, e que contou também com a presença da irmã Alcinda Reis que acompanha o grupo.

O prelado, que também foi missionário nas décadas de 70 e 90, considerou que o apreço pelas experiências de missão noutros países é uma “semente” que está, gradualmente, em crescimento. “Há muita gente que se interroga sobre esta possibilidade, embora não saiba muito bem como fazer nem que passos dar”, sustentou, destacando estas iniciativas como uma maneira de “promover as pessoas, tendo em conta a sua riqueza cultural e a sua identidade própria”.

As missionárias refletiram ainda com o bispo diocesano na possibilidade de centralizarem futuramente as missões em zonas circunscritas de África para darem continuidade ao trabalho realizado e por forma a ultrapassarem a dificuldade de realizarem missões de longa duração, uma vez que todas têm trabalho no Algarve e não conseguem disponibilizar de mais tempo para além das férias laborais.

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Da esqª para a dirª: Else Claes, Ana Poupino, Marlene Viegas, Carmem Santos, bispo D. Manuel Quintas, Daniela Vaz, irmã Alcinda Reis e Sofia Gonçalves
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O bispo do Algarve, que viu alguns vídeos e fotografias, regozijou-se também com a continuidade e acompanhamento do trabalho missionário, possível através de meios de apoio já em curso a partir do Algarve, nomeadamente o envio de documentação muito necessária em África. “É muito gratificante ouvir-vos e ver esse coração cheio de tanta coisa bonita”, concluiu.

Ao Folha do Domingo, D. Manuel Quintas confessou ter ficado “sensibilizado e motivado para aconselhar outros” e também para apoiar naquilo que lhe for possível como bispo e também naquilo que for possível à Diocese do Algarve. “A diocese também sai enriquecida com estas experiências e que bom que seria que conseguíssemos encontrar espaços para estas jovens poderem partilhar estas experiências e, ao mesmo tempo, prestarem acolhimento e apoio a outros que se sintam também motivados e sensibilizados para as fazerem”, afirmou.

O prelado deixou ainda uma “palavra de reconhecimento, apreço e gratidão” às irmãs FMM, sobretudo à irmã Alcinda Reis, que esteve presente no encontro e “que tem, em nome da comunidade e do instituto, liderado este processo e acolhido estas jovens e as tem também preparado, seja a nível pessoal ou de encontros realizados com a Fundação Fé e Cooperação (FEC), a nível nacional”. “Este serviço é um serviço à diocese e à Igreja”, reconheceu o bispo diocesano.

Os candidatos a missionários nas missões das FMM reúnem-se todos os meses para reflexão e formação, alternando as reuniões no Algarve com os encontros anuais promovidos pela FEC em diferentes pontos do país. Em cima da mesa está agora a possibilidade de se realizarem também encontros pós-missão. “Os missionários trazem exigências novas e essas exigências precisam ter resposta”, constata a irmã Alcinda Reis.