Foto © Luís Forra/Lusa
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Três meses após as cheias em Albufeira, os trabalhos de recuperação públicos estão na reta final e as atenções viram-se para a prevenção, com a autarquia a preparar um plano de drenagem eficiente.

“Na parte mais visível, que é a baixa de Albufeira, a parte das infraestruturas públicas está completamente feita”, disse à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, Carlos Silva e Sousa, acrescentando que ainda estão em curso trabalhos de reposição de leitos de ribeiras e recuperação de barrancos e de acessos a praias.

O custo dos trabalhos de recuperação que a autarquia levou a cabo em vários pontos do concelho ainda não está apurado, porque as obras ainda não acabaram, mas, de acordo com aquele responsável, já ultrapassou um milhão de euros.

O executivo municipal encetou contactos com a equipa responsável pelo plano de drenagem da Câmara Municipal de Lisboa para poder definir um projeto eficiente para aquele concelho algarvio.

O presidente da Associação de Comerciantes da Região do Algarve (ACRAL), Vitor Guerreiro, também coloca a tónica na prevenção de futuras cheias, cenário temido pelos empresários das áreas mais afetadas em novembro de 2015.

A ideia inicial da autarquia inclui a construção de um novo túnel, que irá receber as águas da ribeira de Albufeira e canalizá-las para um local longe de problemas causadas pelos níveis da maré, contou Carlos Silva e Sousa, adiantando que o plano deverá acautelar, desde já, os níveis de subida do mar durante o próximo século.

“Como é uma obra muito cara e é para servir por um século ou mais, irá ter a contribuição da população no sentido de poder dar a sua opinião e ser ouvida para que se escolha uma opção que sirva os anseios”, comentou.

O executivo municipal pretende convidar a Universidade do Algarve e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil para participar na elaboração do projeto, que deverá decorrer durante este ano, apontando o início de trabalhos no terreno para 2017.

“A conclusão dos trabalhos nunca será antes de 2020”, sublinhou Carlos Silva e Sousa.

A ACRAL dá conta que os empresários lesados pela intempérie têm estado a recuperar os seus estabelecimentos, estando a maioria já em funcionamento, e refere que alguns permanecem fechados porque este é um período do ano em que normalmente estão encerrados.

Em curso continuam negociações com algumas entidades públicas, nomeadamente com o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) para conseguir algum apoio para empresários que não tinham os seus estabelecimentos segurados ou cujas apólices não consideravam as intempéries.

A 17 de novembro, a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) comunicou que os danos cobertos por apólices acionadas na sequência das inundações que ocorreram em Albufeira ultrapassavam os 14 milhões de euros.