SalA Câmara de Castro Marim está a revitalizar uma salina para mostrar a turistas e habitantes como se faz o sal marinho tradicional, impulsionando um setor que também está em crise, disse à Lusa um responsável ligado ao projeto.

A salina, denominada “Félix”, é parte integrante de um projeto que prevê também a construção da Casa do Sal de Castro Marim. O espaço deverá estar concluído em 2014 e incluirá uma área de exposições, um espaço multimédia e uma rede de circuitos de visita à reserva natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.

“O objetivo principal é que esta salina mostre como se faz o sal marinho tradicional, sirva de ponto de formação para trabalhadores e permita aos turistas e às escolas esse contacto com esta atividade económica, com o sal marinho e com a flor de sal”, afirmou Amadeu Chaves, da empresa municipal NovBaesuris.

O responsável acrescentou que a salina foi alvo de recuperação primária e que está a funcionar “a um terço/metade da sua capacidade”, mas frisou que o interesse da empresa e da câmara não é estabelecerem-se como produtores, mas ajudar os produtores a revitalizar o setor.

“Não interessa produzir várias toneladas de sal que ficam depois sem escoamento”, sublinhou, acrescentando que os trabalhos de recuperação da salina incidiram também nos aspetos relacionados com a irrigação e ligação da água entre os viveiros.

A crise veio criar mais dificuldades à divulgação e promoção do sal tradicional, mas Amadeu Chaves defendeu ser cada vez mais necessário pôr os produtores da zona a trabalhar em conjunto para conseguir promover e escoar um produto “artesanal e de primeira qualidade” junto dos mercados que reconhecem a sua mais-valia.

Amadeu Chaves disse ainda que também já foi feito investimento num moinho de refinação do sal, que a NovBaesuris “põe à disposição dos produtores que precisem de usá-lo”, e há a intenção de criar um armazém de embalamento do sal, mas esse projeto ainda está a ser analisado e equacionado.

A salina “Félix” está agora em processo de adesão à cooperativa Terras de Sal, que concentra vários produtores da zona de Castro Marim e é sócia da Associação Tradisal, promotora do sal marinho tradicional.

A salina era tutelada pelo Instituto de Conservação da Natureza, mas o organismo não tinha condições para avançar com o projeto e estabeleceu um protocolo com a autarquia, que assumiu a propriedade.

A autarquia delegou, por sua vez, a tarefa na empresa municipal NovBaesuris (Baesuris era o nome dado pelos romanos à vila de Castro Marim).