O novo presidente da Câmara de Faro disse hoje que vai contactar o Governo, no sentido de avaliar a possibilidade de legalização do heliporto da ilha da Culatra, construído de forma clandestina há duas semanas.
“Vamos ter de falar com as diversas entidades (…), quero ver se falo com o ministro que tutela a área, para ver qual é a abertura”, disse Rogério Bacalhau, questionado pela Lusa sobre o que é que a autarquia ponderava fazer face à construção clandestina do heliporto em pleno Parque Natural da Ria Formosa.
O heliporto da Ilha da Culatra foi construído pelos moradores locais há cerca de duas semanas – em plena campanha para as eleições autárquicas – com o argumento de que pode vir a salvar vidas, ao permitir a aterragem de helicópteros para transportes de emergência médica.
O novo presidente da Câmara de Faro, vice-presidente da autarquia no mandato de Macário Correia, defende que se deve “contribuir para legalizar a situação do heliporto”, bem como rever a situação em que vivem as pessoas da Culatra, nomeadamente em “termos das habitações e das condições de vida em que estão”.
Segundo Rogério Bacalhau, os populares avançaram com a construção de um heliporto “para combaterem o sentimento de insegurança que têm”, face às dificuldades de fazer chegar meios de socorro à ilha em caso de acidentes.
Foi o “sentimento de insegurança das pessoas que vivem na ilha” que os levou a construírem aquela estrutura, reiterou, reforçando a ideia de que o município deve “contribuir para legalizar a situação do heliporto”.
A construção do heliporto foi denunciada pela Liga para a Proteção da Natureza, que criticou o avanço de uma obra que considera “ilegal”, para a concretização das “vontades da população, com a conivência de um conjunto de entidades oficiais, por terem permitido a conclusão de uma placa de betão armado”.
Uma dirigente da Associação de Moradores da Culatra, por seu turno, argumentou que a obra veio criar condições de segurança para a aterragem de helicópteros Kamov, permitindo maior rapidez na resposta em caso de necessidade de socorro a residentes, mas também a visitantes.