O presidente da Câmara de Faro anunciou hoje que a autarquia irá fazer um levantamento dos residentes do parque de campismo da praia de Faro que estão em situação de carência e não têm alternativa para residir.
O levantamento vai ser feito pela Ação Social da autarquia a partir da próxima semana, adiantou à Lusa o autarca, Rogério Bacalhau (PSD), que disse não compreender a posição das forças políticas que se posicionaram contra a ocupação atual do parque de campismo exclusivamente por privados, mas na quinta-feira votaram contra a proposta do executivo de retirar as caravanas do local para o devolver à utilização pública.
Rogério Bacalhau referia-se ao PS, que votou contra o projeto, apresentado pela liderança do executivo, de desocupação do parque de campismo – encerrado ao turismo há 12 anos – para retirar as 140 caravanas lá instaladas e criar 400 lugares de estacionamento gratuito.
O parque de estacionamento a criar no local do campismo constituiria, segundo a autarquia, uma solução provisória e uma alternativa enquanto decorrem as obras de construção do parque de estacionamento exterior à praia de Faro, passando depois a servir de suporte a atividades náuticas e desportivas.
A proposta da autarquia mereceu a contestação da Associação dos Utentes e Amigos do Parque da Praia de Faro, que gere o espaço, ocupado apenas por sócios e vedado ao público em geral.
Rogério Bacalhau disse respeitar a decisão tomada democraticamente na quinta-feira, mas lamentou que a rejeição da proposta, com os votos contra dos quatro vereadores socialistas e do único vereador da CDU, faça com que “a situação continue como está, na medida em que a maioria assim o pretende”, e que o parque “continue a ser utilizado por privados, quando é um espaço público”.
Rogério Bacalhau disse que “seria sempre a Câmara quem teria de encontrar uma solução” para os residentes do parque com carências e que a autarquia vai “em primeiro lugar ver qual é a situação real” dessas pessoas, porque “só agora essa questão foi levantada”, e depois tomará as medidas que entender necessárias.
A vereação do PS justificou o posicionamento contra a proposta da liderança com o facto de ter alertado a Câmara para a necessidade de encontrar alternativas para essas famílias com carências e de a sua proposta de criar um grupo de trabalho para resolver esses casos ter sido rejeitada pelo presidente do município.
O presidente da autarquia respondeu que os grupos de trabalho “têm cabimento quando se quer dar algumas hipóteses de solução” e que o PS “não colocou nenhuma alternativa em cima da mesa” nos 15 dias em que a desocupação do parque esteve em análise, apenas propondo a criação de um grupo de trabalho já no decurso da reunião de quinta-feira.