A Câmara de Portimão aprovou uma moção para se juntar ao processo cautelar relativo à extinção das urgências cirúrgicas no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, disse hoje à agência Lusa a presidente do município, Isilda Gomes.
Na última reunião do executivo da Câmara de Portimão, realizada na terça-feira, foi aprovada uma moção “com votos favoráveis de todos à exceção do PSD que se absteve”, para que a Câmara seja um dos organismos que se junta à providência cautelar interposta em setembro passado no Tribunal Administrativo de Loulé, explicou Isilda Gomes.
Segundo a autarca socialista, a providência cautelar foi apresentada a 25 de setembro de 2013, tendo agora vindo o tribunal [de Loulé] dar a possibilidade de “mais pessoas ou mais organismos se juntarem” e daí o município de Portimão ter votado esta moção.
A providência cautelar visou impedir que o Centro Hospitalar do Algarve (CHA), o Ministério da Saúde e a Administração Regional de Saúde do Algarve praticassem “quaisquer atos” que implicassem a “extinção das urgências cirúrgicas de especialidades no hospital de Portimão e a transferência dessas valências para o hospital de Faro”.
A moção diz que caso venham a ser praticados “atos administrativos que sejam abrangidos no presente pedido de intimação para abstenção, sejam intimadas as requeridas para reporem o funcionamento de todos os serviços e valências que possam vir a ser desativados, e a cessarem todos os atos que importem a transferência de tais serviços ou valências, bem como dos médicos e enfermeiros para o hospital de Faro”.
Na moção, apresentada por Isilda Gomes, e agora aprovada, recorda-se que desde setembro último até à atualidade, “muitos têm sido os factos e as notícias vindas a público que alertam para a progressiva degradação da qualidade do serviço prestado” pela criação, há sete meses, do CHA.
Um abaixo-assinado subscrito por 182 médicos denunciou, recentemente, a existência de adiamentos de cirurgias programadas no CHA, por falta de material, e que havia falta de medicamentos, mas o presidente da administração do CHA classificou de “ridículo” e “desleal” alguns médicos afirmarem que há falta de medicamentos em Faro e Portimão e que as cirurgias são adiadas por falta de material.