A Câmara de Faro apresentou no passado sábado o projeto de transformação do cais comercial da cidade com a construção de um centro de investigação, uma marina, um aquário, um centro de congressos, hotéis e residências seniores assistidas.

O arquiteto responsável do “Farformosa”, Pedro Vaz, explicou aos jornalistas que o projeto poderá implicar um investimento na ordem dos 170 milhões de euros.

O projeto prevê a construção do novo centro de investigação do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR) da Universidade do Algarve, um aquário 7.000 metros quadrados, um centro de congressos, uma incubadora para 20 empresas ligadas ao mar, um centro náutico, uma marina com 440 lugares de amarração, área para reparação naval, três hotéis, 63 moradias e 40 quartos, áreas para comércio, serviços e restauração.

O “Farformosa” já foi apresentado à administração dos Portos de Sines e do Algarve, no âmbito de um protocolo que visa a análise dos portos algarvios e a sua dinamização, e o executivo farense aguarda agora resposta.

A inatividade do atual porto comercial de Faro foi o mote para o desenvolvimento do projeto de intervenção que resultou de um protocolo inicial entre a autarquia e o CCMAR e que, entretanto, já conta com o envolvimento de outras entidades.

Rogério Bacalhau disse à Lusa que, se o projeto for aprovado, o complexo poderá estar concretizado entre cinco a dez anos e tem potencial para criar mais de 1.500 postos de trabalho diretos.

Para o diretor do CCMAR, Adelino Canário, o novo centro tem potencial para elevar a capacidade de trabalho e ensino do CCMAR, atrair investigadores internacionais e o reconhecimento do trabalho ali realizado.

O modelo de financiamento ainda não está completamente definido, mas os parceiros envolvidos admitem que a entidade gestora do complexo possa conseguir verbas dos investidores privados para a concretização dos projetos de cariz público como é o caso do centro do CCMAR e do aquário.
Sobre esta matéria, o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, apontou que já tem recebido contactos de investidores estrangeiros interessados em investir no concelho e naquele projeto, que tem uma localização privilegiada.

A área do cais comercial tem cerca de 18 hectares em pleno Parque Natural da Ria Formosa e, segundo explicou Rogério Bacalhau, pode acolher um projeto desta natureza porque está desafetada do domínio marítimo.

A autarquia desenvolveu ainda um projeto para a zona industrial do Bom João, próxima do cais comercial, que visa revitalizar aquela zona industrial quase inativa e criar ligações entre a mesma e o complexo da Farformosa através da ligação rodoviária e através de percursos pedonais na Ria Formosa.

O presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, que participou na apresentação pública do Farformosa, disse à Lusa que este é um projeto que pode marcar a diferença na capital de distrito e que tem potencial para conseguir concretizar a ansiada aproximação de Faro à Ria Formosa.

“Pode criar condições para que este mar em Faro possa ser uma referência, ter uma oferta mais qualificada e uma oferta que permita desenvolver a cidade”, observou aquele responsável.