A iniciativa levou hoje militantes do partido à rua de Santo António, principal artéria de comércio tradicional da cidade de Faro, para contato com comerciantes e população em geral e apresentação das propostas que procuram “impedir a política de terra queimada que tem sido imposta à região nos últimos anos”, disse à Lusa o dirigente do PCP Vasco Cardoso.

Membro da Comissão Política e responsável pela Direção da Organização Regional do Algarve (DORAL) do PCP, Vasco Cardoso considerou que a rua da baixa de Faro o9nde decorreu a arruada “é hoje um espelho das razões que levam o partido à rua, dada a escassez de turistas, nacionais e estrangeiros, e as dificuldades que estão a afetar os pequenos comerciantes”.

Para o dirigente comunista, estas dificuldades são fruto da política de “favorecimento das grandes superfícies que tem sido seguida na Câmara de Faro pela coligação” PSD/CDS-PP/PPM/MPT e de medidas como a introdução de parquímetros, que prejudicaram “ainda mais o pequeno comércio”.

A campanha realizada nas últimas semanas permitiu o contacto com trabalhadores da administração pública, pescas, construção civil, comércio e hotelaria, que Vasco Cardoso disse serem “os mais afetados pela crise”, e foi realizada “após uma vaga de incêndios no Algarve, que não foi só fruto das condições atmosféricas e endémicas da região, mas da política que tem abandonado o interior do país e a serra algarvia”.

O responsável pela DORAL exigiu ao Governo “políticas de apoio às populações afetadas” e considerou que “o Algarve é vítima de outro incêndio, sem fumo nem fogo, que está na base do desemprego, da precaridade laboral e da deterioração das condições de vida e é a política de terra queimada imposta economicamente à região”, como o “abandono de setores como a indústria, as pescas e a agricultura, que têm de ser recuperados”.

O dirigente do PCP acrescentou que, apesar do contexto de crise, “há confiança para o futuro” porque há uma “política alternativa à austeridade” que está a ser imposta pelo Governo, que passa pela “renegociação da dívida, em vez do pacto de agressão imposto pela troika” do Fundo Monetário Internacional, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia.

O PCP do Algarve disse também às populações que “é necessário recuperar setores estratégicos, tributar os grandes grupos financeiros” e adotar “uma política que afirme a soberania nacional”.

Lusa