A Diocese do Algarve tinha lançado o convite aos casais que comemoram este ano 10, 25, 50 ou mais anos de Matrimónio para serem abençoados em Eucaristia presidida este sábado pelo bispo diocesano.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Ontem, na Missa que teve lugar ao final da tarde na igreja de São Pedro do Mar, em Quarteira, D. Manuel Quintas disse aos 31 casais que aceitaram o convite que a “paciência” e a “cedência” são duas palavras “que dão consistência a um Matrimónio”. “São importantes numa vida de família, numa vida a dois”, considerou.

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A estas, o bispo do Algarve Grande acrescentou a “capacidade de misericórdia, de perdão, de compreensão e de tolerância”. “São valores fundamentais e essenciais e é tão bom tê-los presente neste dia”, considerou.

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A cada um dos membros dos casais — a celebrar de 10 a 63 anos de Matrimónio, sendo que a maioria celebrava 25 e 50 anos de sacramento — D. Manuel Quintas falou-lhes da importância de “reconhecer a razão que o outro tem”, lembrando que isso se consegue “através do diálogo”. “O diálogo é o segredo que ajuda a crescer no amor e a ultrapassar tantos imprevistos e situações”, realçou.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Destacando a importância do seu testemunho, que disse enriquecer a diocese algarvia, o responsável católico aludiu à necessidade da perseverança e da empatia. “Por vezes, nos dias de hoje, devido à agitação, às dificuldades e aos imprevistos, nem sabemos muito bem situar-nos, mesmo no contexto de uma vida familiar. E, às vezes, não temos já capacidade de sofrer com o outro. Ser pacientes mutuamente é preciso. Isso significa doação, entrega, saber reconhecer que não posso ter sempre razão. Basta escutarmo-nos, dialogarmos, analisarmos as situações”, aconselhou.

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O bispo do Algarve advertiu que “a vida familiar não é para cada um ser feliz para seu lado”. “Só és feliz se fizeres feliz o outro. [Pensar que] vou fazer tudo para que o outro mude para que eu possa ser feliz é o caminho errado. Vou mudar eu para que o outro possa ser feliz, e, mudando os dois, seremos ambos tanto mais felizes”, acrescentou.

D. Manuel Quintas contextualizou ainda o significado do sacramento do Matrimónio. “Quando falamos de Matrimónio cristão, estamos a pensar no amor de Deus manifestado em Cristo que se vive na própria família, aquele amor que Cristo tem à Igreja e que os casais procuram assumir e encarnar na sua própria vida”, referiu, considerando que “isto é possível por causa do Espírito Santo”. “Só acolhendo o Espírito Santo é que atualizamos na nossa vida esse amor com que Deus continua a amar-nos a todos, a amar a Igreja, a amar cada família. É o Espírito que rejuvenesce também o amor familiar, que renova, que guia as condições para que esse amor possa crescer sempre”, sustentou.

Considerando que “nunca é demais acentuar a importância da família na vida de todos, na sociedade”, o bispo diocesano lembrou que “a família é um porto seguro de abrigo nas tempestades da vida”.

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Naquela Eucaristia em que foram ainda crismados 33 jovens e seis adultos da paróquia de Quarteira, sendo que uma das jovens era neta do casal que celebrava 63 anos de Matrimónio, o bispo do Algarve lembrou que o Papa destaca a importância desse “diálogo intergeracional do passado com o presente que prepara o futuro”. “Só assim é que o futuro será um futuro que satisfaz e não um futuro que caminha para o vazio e para o sem sentido”, considerou, referindo-se a “um futuro que se apoia em valores familiares, em testemunho, em exemplo e em sentido de doação e de entrega”. “É isso que nós celebramos. O amor é isso”, reforçou.

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Após a homilia e a crismação, foi realizada a bênção dos casais, que sustiveram nas mãos as suas alianças. Aqueles aniversariantes realizaram ainda uma oração à Sagrada Família com renovação dos compromissos matrimoniais.

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A celebração ficou ainda marcada por um momento introduzido pelo assistente do Setor da Pastoral Familiar da Diocese do Algarve que promoveu aquela bênção. O cónego Carlos César Chantre, que concelebrou a Eucaristia, pediu aos jovens crismados para observarem bem aqueles aniversariantes “porque vão continuar a sua obra”. “Ao olharem para estes casais quero que observem os vossos pais. Se nos desligarmos dos nossos pais é a família que cai. E se a família cair, a sociedade desaparece”, advertiu, pedindo a cada um dos crismados que fosse abraçar um casal para tentarem “apanhar a sabedoria da vida”. “Que estes casais tenham a força e a coragem para captar a juventude deste grupo”, disse, por sua vez, aos cônjuges.

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