
O Caminho Neocatecumenal do Algarve voltou a associar-se à “Grande Missão” – nascida em 2013 no contexto do Ano da Fé –, que decorre anualmente nos cinco domingos depois da Páscoa.

Com o objetivo de ir ao encontro daqueles que já não vão à igreja, aquela iniciativa do Caminho Neocatecumenal visa a evangelização de rua. “A Igreja é uma comunidade que tem de ser viva e que tem de sair à rua a anunciar Jesus Cristo”, considerou Carlos Corvo ao Folha do Domingo, lamentando por muitas pessoas que “já estão secularizadas” e já não vão à igreja ou que só lá vão “buscar sacramentos”.

“Cumprimos a nossa missão que é a de anunciar Jesus Cristo. Se alguém retiver uma palavra é o suficiente, mas o importante é que a Igreja realize a sua ação missionária de anunciar Jesus Cristo”, destacou aquele responsável do Caminho Neocatecumenal, mostrando-se contente por aquela iniciativa estar alinhada com os apelos do papa Francisco a uma Igreja em saída que vá ao encontro das periferias. “Gostamos de saber que estamos sintonizados com o papa Francisco. Nós estamos sempre em convergência com a Igreja porque somos da Igreja Católica”, referiu.

Carlos Corvo afirmou ainda que o anúncio é, em primeiro lugar, para aqueles que o fazem. “Quando estamos a anunciar a palavra [de Deus] ajuda-nos a nós, vamos para casa contentes e alegres”, testemunha, acrescentando o conteúdo do que é apresentado. “Anunciamos a misericórdia que Deus tem para connosco, a ressurreição do seu Filho e também damos o nosso testemunho daquilo que Cristo tem feito na nossa vida”, explicou, sublinhando que o tema da misericórdia não é específico deste ano. “Para nós o tema é sempre a misericórdia. Coincidiu este ano ser o Ano [Santo] da Misericórdia e, assim sendo, ainda mais mostramos que a Igreja também é perdão e misericórdia e, por isso, vem à rua também trazer a boa notícia de que Cristo perdoa os pecados dos homens”, justificou.
O encontro, que dura cerca de duas horas, é composto por uma oração, seguindo-se um canto com algumas danças em círculo, típicas daquele itinerário de formação católica criado em Espanha, e uma pequena pregação testemunhal centrada nos conteúdos básicos da fé (querigma). O encontro, animado pelos cantos com violas, pandeiretas e jambés termina com as orações dos fiéis e do Pai Nosso e um canto a Nossa Senhora.

Carlos Corvo explica que muitas pessoas “param e gostam”. “Perguntam se somos da Igreja Católica porque não estão habituados a que a Igreja venha para a rua. Também já nos aconteceu chamarem-nos nomes, mas não há problema porque tem de haver sempre um Judas”, afirmou.

O encontro, que se realizou pelo quarto ano consecutivo, teve lugar em Faro, das 16 às 18h, no Jardim Manuel Bivar, junto à Caixa Geral de Depósitos, nos domingos 10, 17 e 24 de abril e 1 de maio, tendo sido também realizado em Vila Real de Santo António na Praça Marquês de Pombal a exemplo do que se passou em diversas cidades de Portugal e do mundo.
O Caminho Neocatecumenal nasceu há 50 anos em Espanha, por iniciativa do pintor e músico Kiko Argüello e da missionária Carmen Hernández e é reconhecido pela Igreja Católica como um itinerário de formação católica válido para a sociedade e os dias de hoje.



