A Junta Regional do Algarve do Corpo Nacional de Escutas (CNE) está a promover desde terça-feira, 02 de julho, uma atividade regional nova para as duas primeiras secções daquele movimento.


A iniciativa para Lobitos (escutas entre os 6 e os 10 anos de idade, pertencentes à Iª secção do CNE) e Exploradores e Moços (escuteiros dos 10 aos 14 anos, respetivamente dos ramos terrestre e marítimo, pertencentes à IIª secção do CNE) consiste num acampamento no Campo Escutista de Tavira, situado no perímetro florestal da Mata Nacional da Conceição de Tavira, mais conhecida como Mata de Santa Rita.


A atividade, promovida através dos Departamentos Regionais Pedagógicos da Iª e da IIª Secções em colaboração com o Agrupamento 100 – Tavira, visou colmatar uma lacuna que existia naqueles setores e que era a inexistência de outros encontros regionais para além dos celebrativos das próprias secções: ‘Dia do Lobito’ e ‘Dia da IIª Secção’. “Aquando da definição do plano de ação, entendemos que era importante termos também um marco para as Iª e IIª secções, tal como tínhamos o ‘PIOMAREG’ para a IIIª secção e o ‘Rover’ para a IVª secção”, explicou ao Folha do Domingo o chefe regional do Algarve do CNE, João Ramalho.


Assim, a atividade denominada ‘CEARA’, que amanhã termina, teve como desafio procurar desligar os jovens escuteiros do uso excessivo de equipamentos eletrónicos. “A ideia é tentar que eles, pelo menos esta semana, consigam viver sem dispositivos eletrónicos e sem estar ligados à internet”, explicaram ao Folha do Domingo os chefes Vânia dos Santos e Jorge Piteira, respetivamente responsáveis dos Departamentos Regionais da Iª e da IIª secções.


A atividade está a ser participada por 177 Lobitos e 191 Exploradores e Moços, acompanhados por 65 adultos, incluindo dirigentes (que na maioria dos casos tiraram férias laborais) e Caminheiros e Companheiros, (escuteiros dos 18 aos 22 anos, respetivamente dos ramos terrestre e marítimo, pertencentes à IVª secção do CNE).



O encontro tem como imaginário a história de dois irmãos que – embora próximos fisicamente, mas indiferentes um ao outro – jogavam ambos online nos seus telemóveis quando ficaram sem internet. O percalço motivou-os a partirem à descoberta do sótão do avô que guardava os seus passatempos infantis do tempo em que não havia ainda divertimentos eletrónicos. Ali encontraram um empoeirado livro, intitulado “Vive com o coração”, que guardava uma história sobre planetas fantásticos, onde os seus habitantes trabalhavam todos para o bem comum, cada um com uma função e em que cada tarefa era feita com o coração, criando conjuntamente energia suficiente para que tudo funcionasse da melhor forma, havendo alegria, aventuras, companheirismo, amizade, espírito de equipa e muita harmonia.



Ao ler a história, de repente foram transportados para dentro dela, transformando-se em personagens de um planeta paradoxalmente diferente dos demais, sem energia e sem brilho, assumindo logo o desafio de ajudar os habitantes tristes a recarregar as baterias de alegria e da aventura “vividas com o coração”. Tendo decidido viajar separadamente por vários planetas, os dois irmãos descobriram que para conseguir aquelas energias é preciso trabalhar para o bem de todos em “verdadeiro espírito de equipa”.



O mesmo aconteceu ao longo da semana, com Lobitos e Exploradores e Moços, a passarem por vários «planetas» para conhecer personagens que lhes deram dicas e lhes indicaram as tarefas a desenvolver para chegarem à conclusão que para a «bateria» se manter carregada é preciso “viver com o coração, com os outros a ajudar e a partilhar”.




Os Lobitos tiveram de construir «planetas» para decorar os respetivos pórticos e «pilhas» em cartão. No início da atividade receberam «baterias» vazias e, por cada dia de atividades cumpridas, tiras coloridas para lhe irem acrescentando «carga». Aos Exploradores e Moços também foram também atribuídas «baterias» que foram sendo «carregadas» à medida que foram completando as provas, jogos e construções.


