A instituição educativa da Diocese do Algarve é mesmo uma das melhores do país, figurando num honroso 36º lugar (com uma média de 3,60, numa escala de um a cinco) na lista das provas realizadas naquele ano de escolaridade.
Em segundo lugar aparece outro estabelecimento educativo de Faro, curiosamente vizinho do primeiro, a Escola EB 2.3 de Santo António do Alto. Esta escola pública surge em 151º lugar a nível nacional, sendo que a terceira melhor classificada do Algarve, em 173º lugar do ranking nacional, é o Colégio Internacional de Vilamoura, estabelecimento privado tal como o primeiro.
Segundo o padre Carlos César Chantre, director geral do Colégio de Nossa Senhora do Alto, uma das razões para a reincidência no primeiro lugar no Algarve e nos melhores do país é a estabilidade. “A estabilidade do corpo docente e do corpo auxiliar é fundamental para o êxito de qualquer escola”, reconhece o sacerdote à FOLHA DO DOMINGO, regozijando-se que o colégio se mantenha no topo “não obstante as dificuldades encontradas e ser tratado como se fosse uma escola pública quanto a exigências do Estado”.
Aquele responsável lembra que as escolas privadas estão ainda embrenhadas na aplicação permanente de directivas que vêm do Ministério da Educação do que as públicas porque têm inspecções permanentes e recebem orientações como se fossem públicas. “As escolas privadas só são privadas para responsabilidades e preocupações, porque são públicas para o cumprimento das orientações todas”, lamenta.
O sacerdote acrescenta mesmo que “o Ministério quase sufoca as escolas privadas com orientações, quando a escola privada deveria ter alguma independência na medida em que não recebem nem um tostão de subsídio do Estado”. “Deviam ter alguma independência na sua administração pedagógica e não têm porque o Estado regula tudo e todos, na escola privada como na escola pública. Não há diferenciação. Estamos em pé de igualdade e talvez pior do que a escola pública”, critica.
Para quem defende que a realidade de público e privado não são comparáveis e que é muito fácil estar no topo porque basta ser selectivo no público que ingressa a escola, o padre César Chantre lembra que esta “pode ser uma análise de injustiça porque o público tem vantagens que o privado não tem”, como o acesso a verbas e a apoios pedagógicos. “É imprudente fazer essa afirmação sem mais. Pode ser que tenha alguma parte de verdade mas temos de analisar as partes todas”, adverte.
O Colégio de Nossa Senhora do Alto está confiado à organização das irmãs salesianas e conta com cerca de 320 alunos do pré-escolar ao 9º ano de escolaridade.
Samuel Mendonça