Miguel Relvas fez estas declarações em Faro, durante o discurso de tomada de posse dos novos órgãos distritais do PSD do Algarve, sem nunca avançar o sentido de voto do partido na votação do Orçamento do Estado (OE) para 2011, mas disse também que o partido tem que “ter a coragem de defender as suas convicções”.

“Temos hoje um governo com grande insensibilidade social, este OE demonstra que este governo, com ou sem orçamento, é o passado, não tem condições para continuar governar e já não é parte do futuro para o qual temos que olhar”, afirmou o secretário geral social democrata.

Relvas questionou “a credibilidade” do governo e do primeiro-ministro, José Sócrates, que disse ter “faltado à verdade em momentos consecutivos” e durante as negociações com o PSD para aprovação do segundo Plano de Estabilidade e Crescimento, ter “assumido uma estratégia e feito outra e assumido compromissos que não cumpriu”.

“Que credibilidade tem um primeiro-ministro que faltou à verdade? Que credibilidade temos nós de que esse primeiro-ministro não é mais uma vez a chave do problema e nunca a solução? Por isso vos digo que, com ou sem orçamento, este é um governo sem futuro”, reiterou.

Relvas disse que o caminho do PSD “é outro, é o de um projeto alternativo, que permita combater o desemprego”, e recordou a altura em que o então líder do partido Cavaco Silva rompeu com o Bloco Central.

“O professor Cavaco, contra a opinião de tudo e de todos, e mesmo minoritário dentro do partido, teve coragem de romper com Bloco Central e dizer que nós queremos um novo projeto de esperança e que traga Portugal para o caminho do desenvolvimento. E a realidade transformou-se nos 10 anos de maior prosperidade e crescimento da economia portuguesa”, acrescentou.

Por isso, Relvas considerou que o PSD “tem que ter a coragem de ser só refém das suas convicções” e ter “a liberdade e a capacidade de faz aquilo em que acredita e de escolher o melhor caminho para o país”.

“É um caminho difícil, estreito, com obstáculo, mas o que os portugueses querem não é um governo de insensibilidade social cego, surdo e mudo como este. O que os portugueses querem é um projeto de esperança, de ambição, que traga emprego e competitividade para a economia portuguesa. É essa a nossa atitude, a nossa proposta para Portugal, e para isso contamos e precisamos dos portugueses”, concluiu.

Na terça-feira, o PSD reúne a Comissão Política e o Conselho Nacional para discutir a posição do partido quanto ao Orçamento do Estado para 2011.

Lusa