A equipa nacional dos ‘Cursos Alpha’ veio no passado sábado ao Algarve ajudar as equipas que na diocese promovem aquelas iniciativas (ou que querem começar a fazê-lo) a alicerçar a “cultura” do ‘Alpha’ e a fazer dela um “elemento transformador” das paróquias.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Na Conferência ‘Alpha’, realizada no Centro Pastoral de Pêra com a participação de elementos da Fuseta, Lagos, Moncarapacho, Monchique, Pêra, São Pedro, São Luís e Sé de Faro, o coordenador para o desenvolvimento ‘Alpha’ Portugal lembrou que “evangelizar é a razão de ser da Igreja” e explicou que “quem vem ao ‘Alpha’ pode vir por diferentes razões, mas deve fazer a experiência de encontro com Cristo”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Após um momento de oração e louvor orientado pelo padre Nelson Rodrigues, sacerdote da Diocese do Algarve, Lourenço Sobreira lembrou que o Evangelho “é sempre novo e nunca se desatualiza” porque “Jesus está sempre atual e nunca se corrompe”. Ao Folha do Domingo, aquele responsável realçou que, como em tudo o que acontece na Igreja, o que os organizadores do ‘Curso Alpha’ devem promover é a centralidade do “encontro com Jesus Cristo”. “Mas precisamos de novos métodos. O presente que nos é oferecido, o dom que Deus nos oferece gratuitamente é o mesmo sempre, mas o «embrulho» precisa de se adequar às circunstâncias particulares de cada tempo”, acrescentou na intervenção aos participantes no encontro.

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Neste sentido, Lourenço Sobreira explicou que o ‘Curso Alpha’ é uma “ferramenta” que permite “falar de Jesus e dos temas da fé de maneira adequada e ajustada ao tempo presente”, para poder “abrir as portas das igrejas e convidar aqueles que estão fora” ou invés de continuar a fazer “quase tudo” para os que já estão dentro da Igreja. O ‘Alpha’ é, primeiro que tudo, isto, é um abrir de portas”, considerou, realçando a “oportunidade para convidar outros, sobretudo, os que estão mais afastados de Deus”. “Podemos convidar amigos, familiares, vizinhos, colegas. E temos a confiança de que serão bem acolhidos e farão uma boa experiência onde não serão julgados, onde se vão sentir bem-vindos e em casa”, sustentou, garantindo que a “marca do ‘Alpha’” é “ouvir sem julgar e caminhar com as pessoas ao seu ritmo”.

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“O que seria se os 95% de pessoas que não se sente chamado a convidar começasse a fazê-lo? Transformávamos o mundo”, considerou, acrescentando que “convidar outros para o encontro com Jesus está no centro da vocação dos batizados e está no centro da missão no ‘Alpha’”. “Não sabemos muito sobre o apóstolo André. A única coisa que sabemos é que era um convidador nato. Sabemos que convidou o seu irmão Simão para vir conhecer Jesus e que este se tornou Pedro, a «pedra» sobre a qual Cristo construiu a sua Igreja”, desenvolveu, realçando que “a cultura do convite é um dos pilares mais importantes do ‘Alpha’”. “95% das pessoas que vêm ao ‘Alpha’ vem através de um convite pessoal”, sustentou, acrescentando que “um em cada seis convites tem sucesso”.

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Realçando que no ‘Curso Alpha’ “as relações são mais importantes do que o conteúdo” e que, para muitas pessoas, é a “oportunidade para começar ou restaurar uma relação com Jesus”, aquele coordenador nacional apresentou então um plano constituído por cinco pontos para levar a cabo o convite e que passam por “criar oportunidade para formar os cristãos e falar sobre esta cultura de convite”; por “testemunhar” as “histórias” “antes e depois de cada ‘Alpha’”; por aproveitar as “muitas ferramentas promocionais disponíveis para apoiar o convite”; por ter um quarto da equipa sempre renovada de curso para curso; e por rejeitar a pressa, confiando no processo, porque “mudar uma cultura leva tempo”.

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Embora Lourenço Sobreira classifique o ‘Curso Alpha’ como “uma ferramenta de querigma, de primeiro anúncio” semelhante a outras como os Convívios Fraternos ou os Cursos de Cristandade, disse ainda ao Folha do Domingo que “a verdade é que sido muito importante também para muitos daqueles que já estão na Igreja”. “Há muitas pessoas que estão na Igreja, às vezes uma vida inteira, e que nunca se sentiram verdadeiramente parte dela. E ao fazerem a experiência do ‘Alpha’ também elas acabam por se integram e ter um papel ativo na comunidade”, refere.

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Lourenço Sobreira acrescentou que aquela ferramenta “é versátil, adaptável e funciona em qualquer contexto”. “Acontece em igrejas, casas, escolas, prisões. Aconteceu em Aleppo, na Síria, enquanto decorriam os bombardeamentos, em campos de refugiados ou num comboio na Índia”, sustentou.

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Para além de breves sessões de formação, a conferência de sábado incluiu ainda momentos de partilha em pequenos grupos e tempos de oração.

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A equipa ‘Alpha’ Portugal, que começou a realizar aqueles encontros no ano passado, já passou por Famalicão, Coimbra e Lisboa, antes de rumar ao Algarve. Em Pêra, Lourenço Sobreira esteve acompanhado de André Vilar, coordenador nacional ‘Alpha’ Jovens; de Andreia Lopes, responsável de design, marketing, comunicação e digital; e de Ana Queirós, coordenadora interina.

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Os ‘Cursos Alpha’ nasceram em 1977 na Holy Trinity Brompton, uma igreja anglicana no centro de Londres, no Reino Unido, para propor as bases da fé cristã ao homem moderno afastado da Igreja e da sua proposta.

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Com uma configuração tipicamente de primeiro anúncio cristão, os ‘Cursos Alpha’ estão hoje disseminados por mais de 170 países e um pouco por todas as denominações cristãs, sobretudo na Igreja Católica.

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O curso decorre em dez serões semanais e um fim de semana, normalmente a meio do percurso, sendo que cada sessão semanal tem a duração de duas horas e assenta em três dimensões: breve refeição, apresentação do tema e discussão. As sessões exploram a base da fé cristã, abordando diferentes temas – como ‘Quem é Jesus?’, ‘Como podemos ter a certeza da nossa fé?’ ou ‘Como é que Deus nos conduz?’ – que são desenvolvidos, em vídeo com recurso a alguns testemunhos ou por um orador presencial, para potenciar a partilha dentro dos grupos de discussão.

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Desde que tiveram início no Algarve, em 2017, os ‘Cursos Alpha’ têm vindo a realizar-se em várias paróquias.

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