No final do encontro, que decorreu hoje e quinta-feira na Universidade do Algarve, o reitor, João Guerreiro, afirmou que dos trabalhos saíram três linhas principais de conclusões, “que têm a ver com a melhor organização das universidades e as relações externas”, estabelecendo “melhores ligações com o meio empresarial e a administração” pública.

João Guerreiro precisou que “a administração tem que utilizar e recorrer às universidades para suportar e incorporar conhecimento nas principais decisões que tem que tomar” e é necessário encontrar “formas de convergência muito próximas entre as necessidades da administração e a universidade”.

Relativamente às ligações com o mundo empresarial, João Guerreiro considerou que “cada vez mais o conhecimento produzido nas universidades tem que ser valorizado economicamente” e ter reflexo no mercado.

“Não só através de empresas que nós próprios formamos e que são pequenas ou até microempresas com ativos com elevado valor, mas também através de consórcios com empresas estabelecidas no domínio da biotecnologia, da logística, da prospeção, da exploração de recursos minerais”, acrescentou.

O reitor sublinhou que estes aspetos foram condensados na declaração final do Encontro, que reuniu universidades e especialistas da área das Ciências e Tecnologias do Mar, “mas agora é preciso trabalhar no seio da universidade, com a administração e com as empresas, no sentido de poder concretizar este tipo de desígnios”.

João Guerreiro disse que isso só é possível com “programas de investimento”, criação de “prioridades na investigação científica, plataformas entre universidades, formação de pós-graduação em conjunto”, entre outras medidas.

“É um desafio. Estamos numa crise complexa, mas identificámos que o mar é um recurso que temos à mão, sob a nossa tutela, e que podemos explorar, identificar recursos que geram valor, emprego e permite a afirmação de Portugal como país”, defendeu.

O reitor da Universidade do Algarve considerou que o Governo tem-se mostrado “empenhado na convergência e colaboração” e disse acreditar que “se forem apresentadas propostas de programas e sugestões de atividades terão aceitação dos membros do governo”, embora se tenha que encontrar financiamento para elas.

O reitor disse que a crise deverá levar a uma redução do financiamento nacional para a ciência em 2012, “mas há também um financiamento comunitário com largo espetro e com incidência particular nas ciências e tecnologias do mar, que está a ser aproveitado, mas pode ser ampliado”.

Folha do Domingo/Agência Lusa