Todos sabemos que sempre circulou, por esse mundo além, muito dinheiro sujo.

Sim, sujo, imundo ou sórdido vai tudo a dar no mesmo.

Assim, dinheiro sujo é todo aquele adquirido por processos ilícitos, enganosos, exploradores daquelas pessoas simples, sobretudo das aldeias ou pequenos agregados populacionais.

Dinheiro sujo é o proveniente de todos esses constantes e violentos assaltos quer bancos, quer a caixas multibanco e até a pessoas particulares…

Imundo será, sem dúvida, o dinheiro proveniente do tráfico de droga, pois, resulta da venda de produtos que são prejudiciais às pessoas, mormente aos jovens…

Dinheiro imundo é também o que resulta de negócios desonestos, onde campeia a corrupção que, infelizmente, mesmo quando descoberta e até condenada em juízo, fica quase sempre impune…

Dinheiro sórdido é aquele que se acumula à custa de salários baixos e à exploração do trabalho de emigrantes clandestinos ou de menores…

E se, por um lado, é sujo o dinheiro que o empresário acumula com os salários injustos que paga aos seus empregados, pelo outro, é também menos limpo o salário de quem tem um emprego mas não trabalha ou não trabalha como deve, passando tempos infindos a conversar, a ler o jornal etc….

Também é imundo o dinheiro recebido com a prostituição, com o célebre conto do vigário…
Muito sujo é também o dinheiro de filmes, de espectáculos desaconselháveis e escabrosos e de livros deseducativos…

E que dizer dos dinheiros recebidos das lisonjas, das peitas, do falso testemunho, da mentira e de todas as trapalhadas que geram as maiores injustiças!?…

Todos esses dinheiros sujos que circulam por aí, vão sujando as mãos, os bolsos, as carteiras e os cofres de tantos e tantos sem escrúpulos que nas suas negociatas tanto enganam o Estado como os particulares…

Por isso torna-se necessário e urgente não só fazer-se uma autêntica barrela de todo esse dinheiro imundo como, e sobretudo, uma lavagem do interior do homem. Pois, não podemos esquecer que é, precisamente, no interior do homem que têm origem as injustiças, as explorações, as fraudes e toda a espécie de desonestidades…

Joaquim Mendes Marques

O autor deste artigo não o escreveu ao abrigo do novo Acordo Ortográfico