A Diocese do Algarve continua a promover formação para os catequistas sobre o novo itinerário para a catequese em Portugal, cuja coleção de catecismos vai, simbolicamente, intitular-se ‘Emaús’, aludindo ao episódio em que dois discípulos a caminho daquela localidade só reconhecem Jesus ressuscitado após caminharem e se sentarem à mesa com Ele.

Na última iniciativa formativa – realizada na terça-feira e ontem para quase 130 daqueles destinatários das paróquias que constituem as regiões pastorais do sotavento e do barlavento – foi apresentado o esquema do percurso 3 do tempo do ‘Aprofundamento mistagógico’, um dos quatro tempos, destinado a catequizandos entre os 10 e os 14 anos, daquele ‘Itinerário de iniciação à vida cristã das crianças e dos adolescentes com as famílias’.

Nos encontros foi dada a conhecer a imagem do novo guia do catequista e do novo livro do catequizando para aquele percurso 3, equivalente aos até agora 7º e 8º anos para catequizandos com 12/13 anos de idade, manuais que brevemente estarão disponíveis para aquisição nas principais livrarias católicas do país.

O diretor do Secretariado da Catequese da Diocese do Algarve explicou que aquele percurso é “especialmente dedicado aos sacramentos”. “Neste aprofundamento mistagógico vamos, sobretudo, aprofundar os sacramentos”, anunciou o padre Pedro Manuel, realçando que aquele “é um tempo em que se aprofunda a familiaridade com a Sagrada Escritura e com a doutrina da Igreja, mas também de celebração e contemplação da beleza das maravilhas operadas por Deus na história que desse modo se torna a história da salvação”.

“É um aprofundamento que não se limita aos aspetos cognitivos, mas que ajuda o catequizando a fazer novas experiências: a alegria de ser cristão; celebrar a vida cristã na liturgia, sobretudo a Eucaristia dominical, descobrindo a sua relação com a vida quotidiana; reforçar os laços da vida em grupo e em comunidade cristã; e oferecer testemunho do Evangelho no anúncio da fé e no serviço aos outros. É um tempo em que, como discípulos, somos convidados a ser iniciados e participar de tal maneira na comunidade que centremos a memória e o coração na vida da Igreja de que fazemos parte e na vida de Jesus”, prosseguiu.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O sacerdote acrescentou que, “no ‘Aprofundamento mistagógico’, as catequeses e os encontros semanais agrupam-se em três blocos, sendo três unidades correspondentes a cada trimestre”. “No final de cada trimestre há alguns encontros reservados para que o grupo escolha, programe e prepare o seu projeto”, desenvolveu, explicando que, “assumindo uma dinâmica projetual, o grupo será desafiado a olhar em profundidade a sua experiência de vida”, a “deixar-se confrontar com a palavra de Deus” e a “expressar a fé na oração e celebração”.

Aquele responsável evidenciou ainda que o itinerário “dá uma grande importância às famílias e propõe-se envolvê-las no processo da catequese”. “Deve haver encontros de pais e relação com os pais”, exortou, considerando ainda que o “sucesso” daquele itinerário dependerá do “estilo dialogante do catequista”. “Este tem de estabelecer um diálogo sincero com os adolescentes, aceitando que está numa experiência de enriquecimento recíproco”, aconselhou, pedindo aos catequistas “fidelidade” àquela proposta para que possam constituir-se como colaboradores legitimados na sugestão de futuros ajustes.

Destacando que se vivem “tempos novos na Igreja e na catequese”, o diretor do Secretariado Diocesano da Catequese referiu a sentida “urgência de renovar materiais e formas de fazer”, advertindo que “nada disso será possível” sem os que “aceitam o desafio da missão de ser catequistas e de fazer catequese com entusiasmo”.

O sacerdote salientou que o itinerário procura utilizar uma “variedade ampla de recursos” como “dinâmicas de grupo, música e canção, vídeo, expressão corporal, desenho e pintura, conto e narração e manualidades” e que a proposta contempla “uma catequese em saída”. “Já sabemos a quem é que se foi buscar este título, ao Papa”, lembrou, referindo-se à expressão de Francisco que, após a exortação apostólica Evangelii Gaudium, ficou como marca da visão que tem para a Igreja. “Sempre que possível e que o tema a isso o motive, há propostas para sair do espaço habitual e viver o encontro noutros espaços da paróquia ou da comunidade ou de trazer a comunidade para dentro do encontro do grupo”, declarou.

O padre Pedro Manuel adiantou que, para além da Bíblia, do guia do catequista e do livro do catequizando, a catequese utilizará ainda outros materiais contidos na pasta de apoio e na pen multimédia e será apoiada pelo sítio ‘emaus.pt’, “construído em moodle, uma plataforma de gestão de aprendizagem aberta e gratuita, muito usada em âmbito educativo e profissional”. O sacerdote acrescentou que “aqui se encontram alguns recursos digitais previstos no guia – ficheiros pdf a imprimir, apresentações PowerPoint, links para vídeos recomendados” –, a que todos os catequistas podem livremente aceder e descarregar.

Aquela formação, que contou também com a presença da coordenadora do Setor Diocesano da Catequese da Infância e Adolescência, a irmã Arminda Faustino, que é também a coordenadora do Departamento Nacional da Catequese, será ainda realizada no dia 22 de janeiro, pelas 21h, no salão paroquial de Ferreiras para os catequistas das paróquias que constituem a região pastoral do centro.

A formação para os catequistas algarvios sobre o novo itinerário nacional para a catequese foi iniciada em fevereiro do ano passado com o padre Tiago Neto e continuada em junho daquele ano com o padre José Henrique Pedrosa, ambos membros da equipa de redação daquele projeto.