O bispo do Algarve disse hoje que “Cristo ressuscitado vem, ele próprio, rolar as «pedras» de todos os «sepulcros»”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Todos temos «túmulos» na nossa vida, fechados por «pedras», por vezes, que exige uma força superior às nossas para as deslocar”, desenvolveu D. Manuel Quintas na Eucaristia da solenidade da Páscoa, a que presidiu na Sé de Faro.

“Abramos ao Senhor ressuscitado os nossos «sepulcros» selados com «pedras» que nos parecem inamovíveis”, pediu ainda.

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D. Manuel Quintas disse que esses «sepulcros» podem ter “diversas formas e múltiplos nomes”. “Fraquezas e quedas pessoais, ressentimentos, doenças imprevistas, insucessos, desemprego, ruturas familiares”, foram alguns dos exemplos que deu. “Todos temos «túmulos» na nossa vida, fechados por «pedras», por vezes, que exige uma força superior às nossas para as deslocar”, prosseguiu. “Ele está vivo e quer-nos todos vivos. Ele quer transformar tudo com a luz da sua ressurreição, abrindo-nos à esperança e à alegria pascal. Assumamos também nós a missão que brota da fé em Cristo ressuscitado”, completou.

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O bispo diocesano deteve-se na narração da ressurreição de Jesus que a liturgia hoje oferece sobre a manhã de Páscoa, com os testemunhos de Maria Madalena, de Pedro e de João, que correram de manhã ao túmulo, considerando que a mesma “pretende iluminar” a vida se a “luz de Cristo ressuscitado” “for acolhida na fé”. “A nossa vida deve ser vista como uma corrida. Esta corrida é o esforço que todos temos de fazer para acolher Cristo vivo e ressuscitado na nossa vida. É a corrida da fé que exige perseverança, constância, esforço, procura”, comparou, apelando: “façamo-nos também nós ao caminho do encontro com Cristo”. “Não nos detenhamos perante situações adversas do mundo de hoje, do nosso próprio país ou da nossa própria vida, mergulhados na tristeza sem esperança, prisioneiros de nós mesmos”, acrescentou.

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D. Manuel Quintas considerou que Maria Madalena e as mulheres citadas “são nomeadas, de certa maneira, catequistas do próprio grupo dos apóstolos”. “Levam-lhes a notícia da ressurreição. Deus serviu-se destas mulheres para comunicar aos apóstolos e ao mundo este acontecimento inaudito da ressurreição de Jesus”, sustentou.

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O responsável católico disse ainda ser preciso “crescer no conhecimento da pessoa de Jesus, na identificação com ele” para aderir a ele “com maior profundidade, com mais fundamento”. “Temos de crescer no amor. É o amor que dá ao nosso ver a dimensão da fé, do acreditar”, sustentou, interrogando: “Como é que me sinto face à fé em Cristo ressuscitado? Como procuro crescer na adesão e na confirmação desta fé? De que modo é que esta fé em Cristo ressuscitado ilumina a minha vida e as minhas opções como cristão, como seu discípulo, como alguém que vive já essa condição de ressuscitado?”.

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O bispo do Algarve desafiou ainda os cristãos a “levar a todos o anúncio da Páscoa”. “Façamo-nos também nós mensageiros da ressurreição à semelhança de Madalena e de todos os apóstolos de Jesus”, pediu, desejando que a convicção da ressurreição de Cristo “marque verdadeiramente e positivamente” a vida de cada um. “Apoiados nesta verdade da nossa fé, que é a fé da Igreja, passemos da morte à vida nova que Cristo nos trouxe”, concluiu na Eucaristia que foi iniciada com o rito da aspersão com a água benzida na Vigília Pascal de ontem à noite.

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