O bispo do Algarve lamentou esta manhã, na celebração do Domingo de Ramos que deu início à Semana Santa, que o mundo continue, “infelizmente, a ser marcado por atos inexplicáveis”. “A paixão de Jesus continua hoje de diferentes formas e diversas situações, seja na Ucrânia, seja na faixa de Gaza, seja no coração da Rússia, em Moscovo, como vimos nestes dias. Continua presente na morte de tantos inocentes, deixando-nos humanamente prostrados sem resposta diante destas atrocidades”, afirmou D. Manuel Quintas na Sé de Faro, onde prosseguiu a Eucaristia por si presidida após a bênção e procissão dos ramos desde a igreja da Misericórdia.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo diocesano considerou que “celebrar a Páscoa constitui essencialmente acolher e multiplicar o dom da paz, assumir o compromisso de promover e defender a vida e a dignidade humanas em todas as situações”, bem como “empenhar-se na construção do reino que Jesus veio anunciar”. “Que as celebrações desta Semana Santa possam constituir para todos nós um meio privilegiado para renovarmos e reassumirmos este nosso propósito”, desejou.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

D. Manuel Quintas pediu ainda aos católicos algarvios que agradeçam a Deus porque, em Jesus, “ofereceu, pela Eucaristia, a paz e a ressurreição que abraça todo o mundo”. “Rezemos-lhe para que nos tornemos também nós com ele e a partir dele, mensageiros da sua paz, a fim de que, em nós e à nossa volta, o seu reino se difunda sem cessar”, prosseguiu.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Junto à igreja da Misericórdia, o bispo do Algarve lembrou ter sido “para realizar o mistério da sua morte e ressurreição que Jesus Cristo entrou na sua cidade de Jerusalém”. “Por isso, recordamos com fé e devoção esta entrada triunfal na cidade santa. Acompanharemos o Senhor, de modo que participando agora na sua cruz, mereçamos um dia tomar parte na sua ressurreição”, afirmou, pedindo aos católicos algarvios que assumam uma “fé feita de convicção”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“A nossa atitude deve ser também de alegria neste dia. E ao mesmo tempo esta alegria deve ser uma alegria assumida na fé, uma fé que não é de circunstância como parece ter sido a de muitos do povo que o acolheram e uns dias depois vão pedir a sua morte. Tem de ser uma fé feita de convicção. Uma fé convicta, não ocasional, não circunstancial, mas uma fé que ilumina, determina e inspira as nossas opções, referiu.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo do Algarve exortou ainda os algarvios a que nesta semana maior para os cristãos não se detenham na Sexta-feira Santa. “O Tríduo Pascal termina com a ressurreição e é para aí que deve apontar a nossa fé. É a ressurreição que inspira, fortalece, fecunda e dá sentido à nossa própria fé”, realçou, constatando que Jesus entra e Jerusalém “com atitude de simplicidade e humildade”. “Esta atitude de Jesus exprime e carateriza desde já o modo como ele vai abraçar a cruz, como vai dar a sua vida como expressão plena do amor de Deus por nós, que nos ama até ao fim, até dar a vida por nós”, sustentou.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A Semana Santa terá como ponto alto a celebração da Vigília Pascal no próximo sábado, 30 de março, na passagem de Sábado Santo para Domingo da Ressurreição. Este acontecimento, que sustenta a sua fé, trata-se da celebração mais importante para os cristãos.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A imersão no «coração» das celebrações pascais dá-se na Quinta-feira Santa (28 de março) com o início do Tríduo Pascal, na Missa vespertina da Ceia do Senhor.