Chegou ao fim mais um ano lectivo, de um modo totalmente atípico, com maior incidência no 3º período. Foi a pandemia, para variar. Afectou-nos sem pedir licença, novos ou velhos, ricos ou pobres, professores ou alunos. Sentimo-nos todos no mesmo mar revolto e encrispado, que muitas vezes nos atirou contra as rochas, deixando-nos por vezes imóveis, assustados e até feridos. Todavia, não nos podemos deixar acabrunhar pelo medo. Temos de ser responsáveis e cooperantes, para que o nosso barco, neste mar que nos parece engolir, possa atracar num porto seguro.
No que ao ensino diz respeito, os desafios e medos foram muitos. De um momento para o outro, a sala de aula passou a ser a casa de cada professor e aluno. Os que estavam nas aulas, não eram apenas os que se haviam matriculado no início do ano. Falávamos muitas vezes para os alunos, para os seus irmãos, pais ou avós. O contacto pessoal foi eliminado, mas a sala de aula cresceu consideravelmente, havendo alunos, que, por vergonha ou falta de meios (infelizmente) não tinham a possibilidade de ligar uma câmera, para que nos fosse possível quebrar um pouco estas distâncias. Inúmeras foram as vezes que os professores falavam para um conjunto de letras ou fotos no ecrã, não conseguindo perscrutar as reacções dos alunos, perante aquilo que lhes diziam. Uma impessoalidade tremenda. Mesmo assim, o caminho foi sendo trilhado, e, com o esforço dos pais, alunos e professores, as distâncias foram encurtando, as dificuldades foram superadas, e os medos foram dando lugar à tranquilidade, com a consciência de que todos estavam a dar o seu melhor.
No que concerne à disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), as dificuldades foram iguais, mas, uma vez mais, com a colaboração e empenho de todos, os resultados foram bastante positivos, de acordo com o feedback dos próprios alunos. É por causa destas impressões que cada professor desta disciplina, se sente impelido a avançar, com plena consciência de que esta não é só mais uma disciplina para encher, mas, é capaz de deixar marcas positivas na vida dos alunos. Assim, este é o tempo propício para que todos os pais e encarregados de educação, reflictam sobre a formação que podem e querem oferecer aos seus filhos/educandos, já a partir de Setembro, ou seja, no próximo ano lectivo, oferecendo-lhes a matrícula na disciplina.
“Vem e vê”, tem sido o tema/desafio proposto aos pais, professores e alunos, a cada ano, não se tratando de uma mera “campanha”, mas de uma chamada de atenção para a necessidade consciente de uma decisão ponderada e amadurecida, que deve ser tomada a este respeito, a partir de hoje.
Felizmente, em muitas zonas do nosso país, as aulas de EMRC têm vindo a crescer nos últimos anos, porque o número de inscritos tem aumentado. Isto deve-se ao empenho dos professores, mas, sobretudo à oportunidade que os pais dão aos seus filhos, de poderem experimentar uma formação diferente.
Esta disciplina (não é catequese! Por favor, não se faça esta mistura!) que se pauta pelo respeito e aprofundamento de inúmeras dimensões, como a tolerância, o diálogo, a amizade, a solidariedade, a justiça, a cooperação e a caridade cristã, entre tantas outras, promove a aprendizagem pela descoberta, de forma a desenvolver a autonomia dos alunos, através, por exemplo, de debates em sala de aula sobre acontecimentos mediáticos, para além do próprio programa da disciplina, como é evidente. Toda esta simbiose de ideias é enriquecedora, despertando e aguçando o interesse dos alunos pela actualidade, pelo mundo onde estão inseridos, havendo uma constante preocupação em ir ao encontro dos seus interesses, cimentando uma relação pedagógica baseada na interacção e na partilha. Tudo isto, no dizer dos próprios alunos, faz desta disciplina um porto seguro, onde podem atracar os seus barcos tantas vezes à deriva, por terem quem os escute com outro tipo de atenção e profundidade, com o compromisso sério e honesto de os ajudar a retomar a navegação, rumo aos seus desejos e ideais que dão sentido profundo à sua vida.
Aqui, os seus filhos/educandos podem ser eles mesmos. Sem distinções ou preferências, aceitando cada qual tal como é, e, percebendo que a vida se vive lado-a-lado com os outros. EMRC quer fazer a diferença na vida de todos os alunos, do 1º ao 12º ano, pois a disciplina, no dizer de muitos, supre duas necessidades: a de formar para a compreensão do fenómeno religioso e para os valores éticos.
A matrícula está ao alcance de todos, e depende apenas de si. EMRC conta com o(a) seu(sua) educando(a). Aceite o desafio que lhe pode mudar a vida!
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia