Este ano, a iniciativa visou a ajuda no combate à crise. Assim, foi decidido a criação de um Fundo de Apoio aos Novos Desempregados, quer a nível nacional, quer a nível diocesano do Algarve. Deste modo, e a título excepcional, das verbas recolhidas no Algarve com a venda das velas e fotoforos (respectivamente no valor de 1 e 2,50 euros), habitualmente destinadas a uma causa internacional, 35% serão especialmente canalizadas para o Fundo de Apoio nacional e os restantes 65% serão destinados ao Fundo de Apoio diocesano algarvio.

Em Tavira, o programa teve início pelas 10h no largo em frente à Câmara Municipal com a realização de actividades com crianças, como a encenação do presépio, pinturas, desenhos e a decoração dos fotoforos, tendo sido feita ainda a venda destes e de velas ao público.

Às 21h teve início no mesmo local a Marcha da Paz que seguiu em silêncio debaixo de uma noite gelada até à igreja do Carmo, para participação no Concerto de Natal organizado pela Câmara de Tavira, no qual participaram o grupo Psallite Chorus e o grupo Coral de Tavira, ambos oriundos da cidade anfitriã, e o Coro de Câmara de Beja que levaram alto a dimensão cultural da iniciativa.

Dirigido pelo maestro padre David Sequeira, o primeiro agrupamento interpretou ‘Aleluia já nasceu’, ‘A Gesù Bambino’, ‘Natal (Elvas)’, ‘While Shepherds wached’, ‘The First Noël’, ‘Jesu Bleibet’ e ‘Mon Âme Chante Le Seigneur’.

Pela direcção dos maestros Carlos de Sousa e João António de Almeida, o grupo Coral de Tavira interpretou ‘Changamano’, ‘Gloria in Excelsis Deo’, ‘Da Serra veio um Pastor’, ‘Nino Lindo’, ‘A la Media Noche’ e ‘Cantate Domino’.

Sob a direcção do maestro Pedro Vasconcelos, a formação oriunda do Baixo Alentejo brindou os presentes com os temas ‘Carmen Amicitiae’, Natal de Elvas, ‘We wish you a merry Christmas’, ‘All I wont for Christmas is my two front teeth’, ‘This Train’, ‘Amazing Grace’ e ‘Gabriel’s Oboe’.

No final, os três grupos, pela mão dos maestros João de Almeida e do padre David Sequeira, interpretaram respectivamente ‘Adeste Fideles’ e ‘Linda Noite de Natal’.

A terminar, a sessão cultural contou com a intervenção do presidente da Caritas Diocesana do Algarve, do presidente da autarquia anfitriã e do Bispo do Algarve.

Carlos Oliveira lamentou “a ausência dos valores da paz no mundo de hoje” e destacou a Marcha da Paz realizada como demonstração da solidariedade para com os “marginalizados” pela actual crise.

O presidente da Caritas do Algarve enumerou as “guerras surdas”, referindo-se à “fome, exclusão, pobreza, narcotráfico, intolerância racial, preconceito e o desemprego” que “originam novas realidades de conflito”. “Estas guerras não matam menos, nem criam melhores condições para se construir uma paz efectiva, sendo um fenómeno diluído na sociedade nos mais diversos espaços sociais, afectando comportamentos pessoais, colectivos, mentes, corpos e corações”, considerou, apelando à construção de uma “cultura e educação para a paz”. “A paz não pode ser construída como um elemento isolado, ela é indissociável da justiça e da solidariedade. Querer a paz exige favorecer a justiça e construir a solidariedade”, disse, lembrando que “não construiremos a paz se não nos «desarmarmos» das nossas «armas» materiais e de tudo o que em nós é negação do outro”. “É necessário desenvolver a capacidade de diálogo e da negociação”, apelou no seu discurso muito aplaudido pelos muitos presentes.

Recordando o objectivo da acção solidária deste ano em favor das famílias que ficaram sem meios de subsistência “por causa da alarmante vaga de desemprego”, frisou que “só com gestos concretos teremos capacidade de nos opor à violência, à injustiça e à exclusão” e lembrou que “a Paz é responsabilidade de todos: governos e sociedades, mulheres e homens, crianças, jovens, adultos e idosos de todos os credos e raças”.

O Bispo do Algarve apelou à realização de mais iniciativas do género e deixou um convite. “Jesus vem para nós. Vamos acolhê-l’O na nossa vida. Sem Ele a nossa vida fica mais pobre de valores e mais fria de sentimentos humanos, de proximidade, não só de solidariedade, mas de fraternidade. É importante sermos solidários, mas mais importante ainda é sermos fraternos, irmãos”, afirmou D. Manuel Quintas.

Hoje, dia 24 de Dezembro, as famílias são convidadas a acenderem à janela, durante a consoada, as velas adquiridas no âmbito da campanha.

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