O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé considera que o Encontro Nacional de Catequese, que decorreu até no Algarve, foi “um passo importante” no caminho que está a ser feito para implementar em Portugal a instituição do ministério do catequista.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Esta reflexão julgo que vai ajudar muito o caminho a fazer”, afirmou D. António Augusto Azevedo no encerramento daquele encontro que teve lugar no Centro Pastoral da Diocese do Algarve, em Ferragudo, desde terça-feira, 02 de abril, até hoje e que contou também com a participação dos bispos D. António Moiteiro e D. Manuel Felício, membros também daquela Comissão Episcopal da Conferência Episcopal Portuguesa, para além do anfitrião, D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, e de quase 90 responsáveis da catequese das 20 dioceses portuguesas.

O 61º Encontro Nacional da Catequese, com o tema a «Identidade e Ministério do Catequista: Desafios Pastorais», refletiu precisamente sobre aquele desafio lançado pelo Papa a toda a Igreja.

Em 2021, Francisco estabeleceu que as mulheres tenham acesso aos ministérios de Leitor e Acólito, com o motu proprio ‘Spiritus Domini’, no dia 11 de janeiro, e instituiu o ministério de catequista, na Igreja Católica, através da carta apostólica (Motu Proprio) ‘Antiquum ministerium’, publicada a 11 de maio.

D. António Augusto Azevedo disse que “há um caminho que cada diocese irá fazendo, até porque as circunstâncias variam um pouco de diocese para diocese”. “Julgo que também a partilha daquilo que se for conseguindo e da experiência que alguns vão fazendo pode ser muito útil para os outros”, acrescentou.

“Saio daqui com a convicção de que todos saímos melhores catequistas. Saímos nós, bispos, catequistas das dioceses, os senhores padres que aqui estão e todos vocês”, disse ainda.

Aquele responsável considerou ainda importante não ficar com a ideia de que “não haverá ninguém capaz de corresponder” aos requisitos do perfil do catequista traçado naquele encontro. “Os nossos catequistas são muito bons, mas acima de tudo todos somos cristãos em caminho, desde o Papa até à criança que está a começar. Muitos terão aqueles atributos que estão referenciados nos documentos, outros que aqui também sugeriram, mas acima de tudo não há ninguém perfeito, também como cristãos”, ressalvou D. António Augusto Azevedo.

“Como catequistas estamos em caminho de aprendizagem, de aprofundamento teológico, pedagógico, espiritual, etc. O que importa é continuarmos a caminhar. E também nesse aspeto, os mais jovens precisam de encontrar um catequista, um companheiro de caminho”, prosseguiu, explicando que deve ser “alguém que também está disponível para ouvir, para ser interpelado, para escutar, para levantar questões ou para se deixar questionar”. “Às vezes temos medo disso. O catequista não é o que tem a resposta para tudo, mas alguém que acompanha e que faz caminho com, certamente a partir da sua própria experiência”, sustentou.

com Educris