Realizou-se no passado sábado o Encontro Regional de Caminheiros e Companheiros (ERC), (escuteiros dos 18 aos 22 anos, respetivamente dos ramos terrestre e marítimo, pertencentes à IV secção) dos diversos agrupamentos algarvios do Corpo Nacional de Escutas (CNE).


A atividade, promovida pela Junta Regional do Algarve do CNE, através da sua Secretaria Regional Pedagógica da IV Secção, decorreu em Loulé, no Centro Paroquial, com a participação de 56 Caminheiros e Companheiros e oito dirigentes.



A edição deste ano propôs-lhes a reflexão sobre as quatro etapas de progresso daquela secção escutista que resultasse na redação do «Livro de Ouro» do clã regional para memória futura. A secretária regional pedagógica explica ao Folha do Domingo que, introduzido o ano passado, o «Livro de Ouro» pretende ser uma espécie de diário de bordo onde vão registando tudo o que vão realizando e refletindo, seja a nível regional ou nacional, “para que os próximos Caminheiros e Companheiros possam ver o que é que foi feito, como é que eles pensavam, como é que a sociedade estava”. “Achamos que isso é muito importante para as próximas gerações”, realça Vanda Brazona, acrescentando que aquela secção escutista está a viver uma mudança de geração. “Estamos a tentar agarrar essa geração nova. É uma adaptação constante. Está a ser desafiante”, confessa.


Os moldes do ERC, que têm vindo a ser alterados ao longo dos últimos anos, sofreram nova alteração. Ao contrário do que costuma acontecer, a atividade desta vez saiu para a rua e foi realizada como se de um hike (caminhada por trilhos com recurso a sinalética ou carta e bússola) se tratasse. Também contrariamente ao que por hábito sucede, desta vez os grupos (clãs) não foram acompanhados por dirigentes. Ao invés disso, os chefes também trabalharam em grupo.



Ao longo da caminhada havia quatro postos – Caminho, Comunidade, Serviço e Partida -, sobre cada uma das etapas do progresso. Em cada posto os escuteiros tinham de cumprir uma dinâmica relacionada com cada uma das etapas e foram convidados a refletir sobre determinados aspetos a elas ligados. “Que tipo de atividades é que te ajudam/ajudaram a fazer caminho? Que momentos de comunidade já sentiste nos escuteiros? E no teu clã? Que serviço gostaste mais de fazer? E qual te custou mais? O que falta fazer?” foram algumas questões a que tiveram de responder.



Os Caminheiros e Companheiros tiveram ainda de refletir sobre o Desafio, a última parte do progresso de um elemento pertencente à quarta seção do CNE, e que consiste em serviço voluntário à comunidade durante um mínimo de três meses. “Há uma grande percentagem de Caminheiros/Companheiros no Algarve que não faz o desafio”, lamenta Vanda Brazona, explicando que o ERC deste ano serviu também para ajudar a consciencializar para a importância do cumprimento daquela etapa.
Por fim, os escuteiros compilaram tudo o que refletiram em mind maps (diagramas que ilustram ideias/conceitos) que integraram o «Livro de Ouro».
O CNE, fundado em 1932 no Algarve pelo cónego José Augusto Vieira Falé, conta atualmente com 34 agrupamentos num total de mais 2.000 elementos.