1 – A palavra de Deus, no seu sentido mais generalizado, abarca uma série de manifestações divinas que já foram comparadas a uma admirável sinfonia. De facto, Deus é livre de se dar a conhecer como quiser e não recebe de ninguém ordens para se revelar deste ou daquele modo. Sejam, por isso, quais forem os caminhos adoptados por Deus para comunicar com os homens, todos esses caminhos, diversos e variados, constituem uma só e mesma Palavra de Deus. E são manifestações do Verbo de Deus que se fez homem.
O Autor da Carta aos hebreus apercebeu-se desta realidade e, sem ser exaustivo, delineou os traços gerais desta sinfonia, quando escreveu: «Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos Profetas. Nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho» (Heb.1,1-2).
A Revelação é de facto um «cântico a diversas vozes».
De facto, sendo verdade que no centro de tudo está a Pessoa de Cristo, é verdade também que Deus fala, antes de mais, por meio do livro da natureza, ou seja, através da obra da criação. As criaturas são vozes de Deus que chegam até nós, se estivermos atentos aos traços divinos que todas contêm. Vale a pena escutar o que nos diz o Salmo 19: «Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Não são palavras nem linguagem cujo sentido se não perceba» (v.2-4).
2 – E porque a natureza, nas suas mais variadas criaturas, nos fala de Deus, do seu amor e bondade, da sua inteligência e poder, pôde o Autor do Livro da Sabedoria escrever, sob o impulso do Espírito Santo: «São insensatos todos aqueles homens que, a partir dos bens visíveis, não foram capazes de descobrir Aquele que é, nem, considerando as obras, reconheceram o seu Artífice» (Sab.13,1).
Vai na mesma direcção uma passagem de São Paulo aos Romanos: «O que é invisível nele (Deus) tornou-se visível à inteligência, desde a criação do mundo, nas suas obras» (Rom.1,20). Não entender este modo de falar, próprio de Deus, pode acarretar consequências nefastas para a vida humana, entre as quais o Apóstolo enumera algumas: tornamo-nos vazios e o nosso coração obscurece-se; pensamos que somos sábios, e, afinal, somos loucos; trocamos a glória de Deus incorruptível por figuras corruptíveis; trocamos a verdade de Deus pela mentira; veneramos as criaturas e prestamos-lhes culto, em vez de o prestarmos ao Criador. (Cf. Rom.1, 21-25).
As criaturas falam-nos de Deus e revelam-nos o seu mistério, porque toda a criação nasce do Verbo (Palavra): Cf.Jo.1, 3). Cada criatura é Palavra de Deus, porque saiu das mãos de Deus e proclama, de modo sensível, o mistério de Deus Criador.
O Autor da Carta aos hebreus apercebeu-se desta realidade e, sem ser exaustivo, delineou os traços gerais desta sinfonia, quando escreveu: «Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos Profetas. Nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho» (Heb.1,1-2).
A Revelação é de facto um «cântico a diversas vozes».
De facto, sendo verdade que no centro de tudo está a Pessoa de Cristo, é verdade também que Deus fala, antes de mais, por meio do livro da natureza, ou seja, através da obra da criação. As criaturas são vozes de Deus que chegam até nós, se estivermos atentos aos traços divinos que todas contêm. Vale a pena escutar o que nos diz o Salmo 19: «Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Não são palavras nem linguagem cujo sentido se não perceba» (v.2-4).
2 – E porque a natureza, nas suas mais variadas criaturas, nos fala de Deus, do seu amor e bondade, da sua inteligência e poder, pôde o Autor do Livro da Sabedoria escrever, sob o impulso do Espírito Santo: «São insensatos todos aqueles homens que, a partir dos bens visíveis, não foram capazes de descobrir Aquele que é, nem, considerando as obras, reconheceram o seu Artífice» (Sab.13,1).
Vai na mesma direcção uma passagem de São Paulo aos Romanos: «O que é invisível nele (Deus) tornou-se visível à inteligência, desde a criação do mundo, nas suas obras» (Rom.1,20). Não entender este modo de falar, próprio de Deus, pode acarretar consequências nefastas para a vida humana, entre as quais o Apóstolo enumera algumas: tornamo-nos vazios e o nosso coração obscurece-se; pensamos que somos sábios, e, afinal, somos loucos; trocamos a glória de Deus incorruptível por figuras corruptíveis; trocamos a verdade de Deus pela mentira; veneramos as criaturas e prestamos-lhes culto, em vez de o prestarmos ao Criador. (Cf. Rom.1, 21-25).
As criaturas falam-nos de Deus e revelam-nos o seu mistério, porque toda a criação nasce do Verbo (Palavra): Cf.Jo.1, 3). Cada criatura é Palavra de Deus, porque saiu das mãos de Deus e proclama, de modo sensível, o mistério de Deus Criador.
D. Manuel Madureira Dias
*Bispo Emérito do Algarve
*Bispo Emérito do Algarve
O autor deste artigo não o escreveu ao abrigo do novo Acordo Ortográfico