Os Exploradores e Moços (escuteiros dos 10 aos 14 anos, respetivamente dos ramos terrestre e marítimo) dos agrupamentos algarvios do Corpo Nacional de Escutas (CNE), participaram em Monchique no passado fim-de-semana nas atividades comemorativas do Dia da II Secção.
Sob o imaginário “Uma Aventura com Santiago”, 434 Exploradores e Moços (auxiliados por 73 dirigentes) de 27 agrupamentos algarvios do CNE, participaram naquela atividade, onde puderam celebrar o seu patrono: São Tiago.
Recorde-se que São Jorge, anteriormente à reestruturação do programa educativo daquele movimento, era também o patrono de Exploradores e Moços. Atualmente, estes escuteiros têm como patrono principal São Tiago, mas, no Algarve, a comemoração do Dia da II Secção manteve-se no Dia de São Jorge, uma vez que São Tiago se comemora em julho e nessa altura a maioria dos efetivos dos agrupamentos algarvios estão desmobilizados.
A iniciativa, organizada pela Junta Regional do Algarve do CNE através da Secretaria Regional Pedagógica da II Secção em colaboração com o Agrupamento 383 de Monchique, teve início na sexta-feira ao final do dia com a montagem do acampamento.
No sábado, Exploradores e Moços iniciaram às 8h30 um raide de cerca de 17 quilómetros pela serra, com dois percursos diferentes desde a Fóia até Monchique, que terminou por volta das 17h30. À noite realizou-se um concurso de culinária para as patrulhas e tripulações (subgrupos constituintes do grupo denominado expedição ou flotilha, respetivamente dos ramos terrestre e marítimo, que constitui a II secção de um agrupamento).
Devido à chuva que começou a cair ao final da tarde de sábado, tiveram que deixar o acampamento, tendo sido acolhidos no pavilhão junto aos bombeiros de Monchique. O primeiro dia terminou com a realização do tradicional Fogo de Conselho, momento de formação e partilha das vivências do dia, convívio e animação.
Ontem de manhã, os escuteiros realizaram um jogo pela vila e a atividade terminou após o almoço com a celebração da eucaristia, presidida pelo padre Nuno Coelho, assistente regional adjunto do CNE, na igreja matriz.
Na celebração, o sacerdote, a propósito das leituras escutadas, exortou os escuteiros ao testemunho. “Vocês, Exploradores, são chamados também a este compromisso de não ficarem só pelas palavras, mas também pelas ações. Um dos mandamentos dos Exploradores é fazer uma boa ação por dia. Isto de fazer uma boa ação é passar das palavras aos atos que é o que Jesus nos pede”, lembrou.
O chefe regional do Algarve do CNE, também presente na eucaristia, pediu aos escuteiros para levarem para casa “a alegria e as novas amizades que fizeram ao longo deste fim-de-semana”. “Estas comemorações simbolizam uma nova etapa na vida de todos vós. Desejo que esta aventura vos tenha proporcionado a cada um a oportunidade de adquirir mais conhecimentos, competências e atitudes e novas amizades que levam a atingir os objetivos educativos estabelecidos pela Secretaria Regional Pedagógica da II Secção”, afirmou José Cercas Vicente, que agradeceu aos chefes “pelo seu desempenho e dedicação que têm vindo a dar na formação destes jovens Exploradores e Moços”, à Câmara de Monchique pelo apoio e ao Agrupamento 383 de Monchique pela colaboração.
O presidente da autarquia, que também participou na eucaristia, agradeceu terem escolhido Monchique para aquela atividade. “Acabou por ser um fim-de-semana de crescimento, aprendizagem e alegria. Isso é o mais importante”, afirmou Rui André.
“Quem cresce e aprende neste mundo do escutismo, cresce com os valores de Deus e que Cristo nos ensinou”, acrescentou, aludindo ao “trabalho muito importante de formação de crianças e jovens” feito pelo movimento e considerando que serão, “no futuro, homens melhores”. “Isso é muito importante para nós todos, termos pessoas bem formadas, que fazem por viver os valores da amizade, da solidariedade entre todos”, concluiu.
Atualmente, o maior movimento escutista em Portugal está presente nas 20 dioceses territoriais e regista um efetivo de 73 mil associados – 59 mil crianças e jovens e 14 mil adultos. O CNE, fundado no dia 27 de maio de 1923 por ação de D. Manuel Vieira de Matos, arcebispo de Braga, conta no Algarve com cerca de 2.410 elementos (cerca de 600 Lobitos, 600 Exploradores/Moços, 550 Pioneiros/Marinheiros, 250 Caminheiros/Companheiros e 397 dirigentes) de 34 agrupamentos.